Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Atitude de Dilma é 'marketing', diz Aécio
Para oposição, presidente agiu de olho na campanha eleitoral de 2014
Parlamentares da base governista afirmam que Dilma evita ter posição subalterna em relação aos Estados Unidos
A oposição criticou a decisão da presidente Dilma Rousseff de cancelar visita de Estado a Washington, em resposta à espionagem americana contra autoridades brasileiras. Lideranças do PSDB e do DEM afirmam que Dilma agiu de forma "eleitoreira" e não preservou interesses econômicos do país.
Provável rival de Dilma nas eleições de 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse que seria mais "adequado" reclamar diretamente com o presidente Barack Obama, mantendo a viagem.
"Essa decisão não me surpreende, porque é o marketing que vem governando o Brasil há algum tempo. Era a oportunidade da presidente de ter uma agenda afirmativa em defesa dos interesses do país", afirmou Aécio.
O senador disse que o gesto de "valentia" terá poucas "consequências" efetivas, a não ser prejudicar a economia brasileira. "Havia interesses da nossa balança comercial em jogo."
Os oposicionistas dizem que Dilma tomou a decisão aconselhada pelo ex-presidente Lula e pelo seu marqueteiro, João Santana.
Presidente do DEM, o senador José Agripino Maia (RN) afirmou que o cancelamento pode provocar "ruídos", especialmente na área econômica.
Em nota, o diretor-executivo da Amcham (Câmara Americana de Comércio), Gabriel Rico, disse que o ritmo da relação comercial não será afetado, mas há uma "perda de oportunidade para impulsionar os investimentos americanos".
GOVERNISTAS
Para o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), a decisão da presidente é importante para evitar um encontro político contaminado por mal-estar.
O cancelamento, disse Chinaglia, evita que o país seja colocado em situação subalterna. "A relação com cada país tem que ser cultuada bilateralmente", afirmou.
A presidente da CPI da Espionagem do Senado, Vanessa Graziottin (PCdoB-AM), disse que Dilma poderia ser submetida a um novo "constrangimento".
"Quando ela estava na Rússia, no encontro do G20, foi surpreendida com informações de espionagem na Petrobras. Isso poderia acontecer quando ela estivesse nos EUA", afirmou.