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Síria completa entrega de dados sobre as suas armas químicas
Medida é primeiro passo para evitar ataque dos EUA ao país
A Síria completou ontem a entrega das informações a respeito de seu arsenal químico. A documentação foi enviada à Organização para a Proibição de Armas Químicas, conhecida por OPCW.
O regime do ditador Bashar al-Assad cumpriu, dessa maneira, o prazo estabelecido pelo acordo firmado em 14 de setembro em que se comprometia a revelar em uma semana a dimensão e a localização das armas químicas. O arsenal deve ser destruído até meados de 2014.
De acordo com a OPCW, as informações estão sendo agora avaliadas por um comitê técnico. Em entrevista à Folha anteontem, o porta-voz Michael Luhan havia dito que os dados são sigilosos e que o conteúdo dos documentos não será divulgado.
A organização adiou para hoje o encontro de seu conselho executivo para o esperado debate a respeito do futuro do arsenal químico sírio.
Apesar de a entrega das informações ter sido realizada com atípica velocidade, em um processo que regularmente dura 60 dias, ainda é necessário estabelecer sob que condições as armas estocadas vão ser destruídas.
Especialistas notam que, mesmo em uma situação normal, o controle do arsenal sírio --considerado um dos maiores do mundo-- tomará muito tempo e dinheiro. A Síria enfrenta, atualmente, um violento conflito.
A insurgência e a repressão já deixaram mais de 100 mil mortos no país, de acordo com as Nações Unidas.
O plano de desarmamento da Síria foi proposto pelo governo da Rússia em meio às ameaças americanas de uma intervenção militar. A ação foi considerada uma vitória diplomática para o regime.
De acordo com o presidente Barack Obama, Assad cruzou uma "linha vermelha" ao usar armas químicas contra a população em agosto.
Um relatório da ONU comprova o uso de tais agentes, mas a autoria do incidente ainda está em aberto.
A Rússia, aliada de Assad, afirma que os rebeldes são os culpados pelo ataque.