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Comunidade deve ser chave na luta ao ódio, diz FBI
DE NOVA YORKO diretor da Unidade de Direitos Civis do FBI (polícia federal americana), Matthew Drake, é o responsável dentro da entidade por cuidar da investigação de crimes de ódio.
Ele considera que, apesar dos avanços na área, ainda há "muito trabalho pela frente". Também acredita que o estreito trabalho ao lado da comunidade é "uma peça fundamental do quebra-cabeça global" para reduzir a incidência desse tipo de ação.
Folha - Qual a influência dos grupos que pregam o ódio nesse tipo de crime?
Matthew Drake - Grupos que defendem o ódio, certamente, terão um impacto sobre a prática deste tipo de crime nos EUA. Enquanto alguns dos mais notórios criminosos têm laços com esses grupos, outros agem por conta própria. O FBI, por meio de esforços de investigação, e o Departamento da Justiça perseguem os indivíduos que cometem crimes de ódio, independentemente da sua afiliação com grupos ou não.
Qual é o maior desafio na prevenção de crimes de ódio? Como o FBI trabalha para evitá-los?
Talvez o maior problema na prevenção de crimes de ódio seja a natureza muitas vezes espontânea do crime. O FBI trabalha para educar os parceiros da comunidade sobre os eventos que possam levar a um aumento nos crimes de ódio, e sobre como eles podem se proteger ou relatar ameaças.
Trabalhamos também em estreita colaboração com o Estado e forças de segurança locais para garantir que os autores sejam levados à Justiça. O trabalho realizado com a comunidade é, portanto, uma peça fundamental do quebra-cabeça global para reduzir esse tipo de crime.
Metade dos crimes de ódio têm motivação racial. Por que a ideologia da supremacia branca ainda é tão forte, 50 anos após a aprovação da Lei dos Direitos Civis?
A Lei dos Direitos Civis foi um marco importante para proteger os direitos de todas as pessoas, assim como a Lei de Prevenção de Crimes de Ódio, de 2009, foi também um passo crítico.
No entanto, esta legislação relativamente recente nos faz lembrar que ainda temos muito trabalho pela frente. O ódio racial é uma questão que vai continuar sendo prioridade dentro do FBI, mesmo considerando o progresso já alcançado. (IF)