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Maduro demite homem forte da economia
Jorge Giordani, retirado do Ministério do Planejamento, é um dos idealizadores do modelo econômico venezuelano
Em uma suposta carta publicada na internet após a demissão, ex-ministro faz uma série de críticas ao governo
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, demitiu na noite de terça-feira (17) seu homem forte na economia, o ministro do Planejamento, Jorge Giordani. Ele também era um dos vice-presidentes do país.
Giordani é um dos idealizadores do chamado "modelo bolivariano", que inclui estatização de empresas e controle dos preços e do câmbio.
O anuncio foi feito durante o programa de televisão do presidente, "Em contato com Maduro".
A saída faz parte de uma série de mudanças no primeiro escalão do governo venezuelano. Outros ministros também serão trocados e algumas vice-presidências foram unificadas.
A troca acontece em um momento de turbulência no país, que enfrenta uma onda de protestos contra o governo e alta inflação.
O novo titular será Ricardo Menéndez, até então ministro de Educação Universitária. Ele também será um dos vice-presidentes.
CARTA
Uma suposta carta atribuída a Giordani foi publicada na internet. Nela, ele critica o governo Maduro e acusa o presidente de ter interferido na área econômica e não ter controlado os gastos públicos. O texto foi publicado em sites governistas, mas não teve a autoria confirmada.
"O distanciamento da relação com o presidente Maduro começou, em primeiro lugar, com minhas reclamações pela interferência de uns assessores franceses na operação do Ministério", diz a suposta carta, que não especifica que assessores são esses.
Nascido na República Dominicana e com formação marxista, Giordani era considerado homem de confiança do presidente Hugo Chávez, morto em 2013.
Ele foi o orientador da tese de mestrado de Chávez em 1992, quando ele elaborou o modelo bolivariano. O ex-presidente não concluiu o trabalho, mas os dois se tornaram amigos e aliados.
Na suposta carta, Giordani defende o ex-líder. "É doloroso e alarmante ver uma Presidência que não transmite liderança e que parece querer se afirmar com a repetição das ideias do Comandante Chávez, sem a devida coerência e planejamento".
O vice-presidente do Parlamento, o chavista Darío Viva, disse ser favorável ao debate, mas defendeu a união interna dentro do PSUV, o partido governista.
Já a oposição elogiou a saída de Giordani. A deputada cassada María Corina Machado disse que "a carta de Giordani é a melhor mostra da degradação moral do regime e da destruição do país", segundo o jornal "El Universal".