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Líderes de Rússia, Alemanha e França discutem paz na Ucrânia
Conferência telefônica de duas horas não prolongou cessar-fogo
Um telefonema de duas horas entre o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, seu correspondente russo, Vladimir Putin, a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, foi o último movimento do governo da Ucrânia para tentar manter o plano de paz com os separatistas alinhados com a Rússia no país.
A conferência telefônica aconteceu na manhã de domingo (29), um dia antes de expirar o prazo que os líderes da União Europeia deram para Rússia e separatistas agirem para amainar a violência na região, que deixou mais de 400 mortos desde abril.
Caso nada seja feito até esta segunda (30), a UE se diz pronta para impor punições "a qualquer momento".
O cessar-fogo inicialmente duraria até sexta (27), mas foi prorrogado por 72 horas para coincidir com o prazo fixado por líderes europeus.
Putin pediu que o prazo do armistício fosse prolongado. "Foi feito um pedido a Petro Poroshenko para prorrogar o cessar-fogo [em vigor desde 20 de junho] durante um período mais longo", afirma o Kremlin, em comunicado.
A ligação serviu para encorajar os presidentes da Rússia e da Ucrânia a ir ao encontro das condições europeias, afirmou o gabinete de Hollande em comunicado.
Entre as exigências havia a devolução de três entrepostos da fronteira ao controle da Ucrânia, permissão para que a Organização para Segurança e Cooperação na Europa possa verificar o cumprimento do cessar-fogo na região e diálogos para colocar em prática o plano de paz.
A União Europeia ainda pediu que Putin aumentasse o controle dos lados russos das fronteiras, para impedir o que a Ucrânia classifica de "um fluxo de armas, de soldados e de mercenários".
Mas o cessar-fogo ficou sob ameaça quando três membros das Forças Armadas da Ucrânia foram mortos em um ataque rebelde a um posto militar perto da cidade oriental de Slaviansk, no sábado.
Enquanto o presidente Poroshenko estava ao telefone, centenas de soldados do país se postaram em frente ao prédio da Presidência, em Kiev, para exigir que o cessar-fogo fosse suspenso e que eles voltassem à luta.