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Exército do Iraque tenta retomar cidade do controle de insurgentes
Estado Islâmico no Iraque e no Levante 'decreta' novo califado
Na primeira grande tentativa do Iraque de recuperar parte do território dominado pelos insurgentes sunitas do EIIL (Estado Islâmico no Iraque e no Levante), Exército e rebeldes lutaram na região de Tikrit, que está sob poder da insurgência no norte do país.
O Exército de Bagdá enviou tanques e helicópteros para a região. Duas testemunhas disseram ver uma aeronave militar ser derrubada a tiros e cair perto de um mercado.
O porta-voz do exército do Iraque, Qassim Atta, disse a repórteres em Bagdá, neste domingo (29), que as forças de segurança tinham matado 142 "terroristas" nas últimas 24 horas, sendo 70 em Tikrit.
Segundo ele, as Forças Armadas haviam assumido o controle da Universidade de Tikrit. Não foi possível verificar as duas informações.
Terra natal do ex-ditador sunita Saddam Hussein (derrubado em 2003 e morto em 2006), a cidade foi tomada pelos rebeldes em 11 de junho.
OS EUA enviaram 300 conselheiros e drones para apoiar o exército iraquiano. No sábado, chegaram a Bagdá cinco jatos militares Sukhoi, da Rússia. A TV estatal iraquiana informou que eles serão usados contra os insurgentes.
CALIFADO
Em outra frente, dessa vez política, o grupo rebelde sunita anunciou neste domingo a formação de um califado --Estado islâmico regido por um califa, líder político e religioso supremo, sucessor do profeta Maomé (570-632) como guia da comunidade.
Em comunicado traduzido para diferentes línguas, o porta-voz do grupo, Abu Muhammad al-Adnani, proclamou como califa o líder Abu Bakr al-Baghdadi e afirmou que o califado será imposto nas áreas sob o domínio do EIIL na Síria e no Iraque.
Para Charles Lister, do Brookings Doha Center, a declaração é relevante: "Afiliados à Al Qaeda e jihadistas independentes deverão agora decidir entre apoiar o movimento e ingressar no Estado Islâmico ou se opor a ele".
Ainda neste final de semana, rebeldes sunitas crucificaram oito rivais em Aleppo, na Síria, acusados de trabalhar para o Ocidente. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, os extremistas já haviam aplicado o castigo em outras áreas do norte da Síria, onde têm seu bastião na província de Raqqa.