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Lucro do Banco do Vaticano cai em 2013

No primeiro ano de Francisco, reformas causam a queda; Igreja Católica tem deficit, mas Vaticano tem superavit

Em reação a escândalos de lavagem de dinheiro, banco fecha contas impróprias e anuncia mudança na direção

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

No primeiro ano do papado de Francisco, o lucro líquido do Banco do Vaticano desabou em 2013, ao passar de € 86,6 milhões (R$ 261 milhões) a € 2,9 milhões (R$ 8,74 milhões), em grande parte pelos custos do processo de reforma da instituição financeira.

O Instituto para as Obras de Religião (IOR), o nome oficial do Banco do Vaticano, anunciou o resultado em um comunicado nesta terça, no qual também anuncia mudanças em sua direção.

A reforma da gestão das finanças do Vaticano é um dos maiores desafios para o papa Francisco, que prometeu após sua eleição, em março de 2013, colocar ordem no IOR, que esteve envolvido em vários escândalos de lavagem de dinheiro.

O IOR atribuiu a queda do lucro em 2013 aos custos da reforma, mas também a algumas operações ruins. Entre estas, cita um caso de perda de € 15,1 milhões (R$ 45,5 milhões), sem entrar em detalhes. Segundo a imprensa italiana, o cardeal italiano Tarcisio Bertone, secretário de Estado de Bento 16, seria responsável por uma arriscada operação em benefício de um amigo, produtor de televisão católico, justamente pelo valor de € 15 milhões (R$ 45,2 milhões).

Desde 2013, o Instituto fechou definitivamente quase 3.000 contas --2.600 não haviam sido utilizadas por um longo período e 396 não se encaixavam na lista restrita de categorias admitidas no IOR.

Apenas serão autorizados a ter contas as instituições católicas, os membros do clero, os funcionários ou ex-funcionários do Vaticano (para salários e aposentadorias), as embaixadas e diplomatas credenciados.

O fechamento das contas provocou a saída de quase € 44 milhões (R$ 132,6 milhões), dos quais € 37 milhões (R$ 111,5 milhões) foram transferidos para outras instituições financeiras, a maioria na Itália.

Outras 359 contas devem ser fechadas, segundo o IOR. No total, o banco tem agora quase 15.500 clientes, alguns têm mais de uma conta. Em 2012, eram 18.900 contas.

O alemão Ernst von Freyberg, nomeado por Bento 16 para a direção do IOR pouco antes de sua renúncia, deve deixar o cargo. Segundo a imprensa francesa, o francês Jean-Baptiste de Franssu deve assumir.

Von Freyberg, que iniciou as reformas, contratou uma empresa de consultoria e exigiu nos últimos dois anos a publicação de um relatório anual, o fato inédito em 126 anos do banco. Ele definiu as reformas como um processo "doloroso, mas necessário".

A Igreja Católica informou que teve um deficit de € 24,4 milhões (R$ 73,5 milhões) em 2013, causado principalmente pela variação do preço do ouro, que caiu 28,24% no ano passado, levando a um prejuízo de € 14 milhões (R$ 42,2 milhões). Já o governo do Vaticano, responsável por cuidar da gestão do Estado, teve superavit de € 33 milhões (R$ 99,5 milhões).


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