Teerã envia 1.500 homens para a guerra civil na Síria
Ação começou após ataques aéreos russos
A Guarda Revolucionária do Irã enviou 1.500 homens nas últimas duas semanas às regiões norte e central da Síria, segundo relatos de um funcionário de governo da região e de ativistas sírios à agência Associated Press.
É a primeira vez que envolvidos no conflito confirmam a presença de soldados iranianos na guerra civil síria, que começou em 2011 e já deixou mais de 250 mil mortos.
Os governos sírio e iraniano admitiam apenas a presença de assessores e especialistas militares do país persa.
Segundo o funcionário, que não quis ser identificado, as tropas iranianas começaram a chegar após a Rússia iniciar seus ataques aéreos em território sírio, no final de setembro. Apoiado pelo Irã, o grupo xiita libanês Hizbullah também incrementou sua presença na Síria, diz ele.
Para os ativistas sírios, a ação conjunta de russos e iranianos –aliados do ditador da Síria, Bashar al-Assad– mostra que a prioridade no envolvimento militar da Rússia é manter Assad no poder, e não derrotar os radicais do Estado Islâmico que dominam regiões no leste do país.
A força-tarefa liderada pelos EUA informou que os americanos e seus aliados fizeram, na terça (13), 18 ataques aéreos a áreas dominadas pelo EI na Síria e no Iraque.
SEGURANÇA AÉREA
Também falando sob anonimato, uma fonte no governo americano disse à agência Reuters que EUA e Rússia estão finalizando um memorando para estabelecer procedimentos de segurança básica nos ataques aéreos na Síria.
O governo dos EUA diz que o objetivo é evitar acidentes –segundo o Pentágono, aeronaves russas já chegaram a milhas de distância de drones e caças americanos. A Rússia também já foi acusada de bombardear posições de rebeldes apoiados pelos EUA.
Em nota nesta quarta (14), o Pentágono informou ter avançado nas discussões sobre segurança depois de uma videoconferência com autoridades de defesa da Rússia.
Ainda nesta quarta, o chanceler russo, Serguei Lavrov, disse que os EUA se negaram a receber delegação liderada pelo premiê Dmitri Medvedev para discutir a guerra síria.
A proposta, segundo Lavrov, foi feita pelo presidente Vladimir Putin a seu colega americano, Barack Obama, durante a Assembleia-Geral da ONU, em setembro.