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Inspetores da ONU na Síria escapam de explosão

Comboio é atingido, e soldados ficam feridos

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

Um comboio de monitores da ONU escapou por pouco de ser atingido ontem pela explosão de uma mina terrestre no sul da Síria, em mais um sinal da fragilidade do cessar-fogo que entrou em vigor no país há um mês.

O artefato explodiu pouco após a passagem dos jipes que levavam os observadores à cidade de Deraa, berço da revolta contra o regime sírio. Entre eles, estava o chefe da missão da ONU, o general norueguês Robert Mood.

Um caminhão militar que fazia a escolta do comboio foi atingido e dez soldados ficaram feridos. O governo acusa "grupos terroristas" por ataques semelhantes cometidos nos últimos meses.

Segundo a TV Al Jazeera, a milícia rebelde ELS (Exército Livre da Síria) assumiu a autoria da explosão, mas disse que o alvo eram os militares sírios. O general Mood evitou apontar culpados.

"O importante não é especular qual era o alvo", disse o militar norueguês, "mas ressaltar que esse é o tipo de violência explícita de que o povo sírio não precisa."

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também condenou o ataque. Ele disse que as repetidas violações do cessar-fogo põem em risco o plano de pacificação do país, "a última chance de evitar uma guerra civil".

Em entrevista a um jornal em árabe de Londres, o comandante do ELS, Riad Asaad, prometeu intensificar os ataques às tropas sírias "para defender o povo".

Mesmo com a presença de 70 observadores na Síria, a continuação da violência é motivo de crescente ceticismo sobre as chances de sucesso do plano da ONU.

Ativistas da oposição acusam as forças de segurança de descumprir a promessa de suspender a repressão que, segundo eles, já deixou 10 mil mortos em um ano de revolta contra o regime.

Relatos de violência direcionada contra opositores que entraram em contato com os observadores têm sido frequentes.

Dez pessoas teriam ficado feridas por morteiros disparados ontem em Deraa, pouco após a saída dos monitores. "Toda vez que eles vêm há um ataque", disse o ativista Karam Hariri à agência Associated Press.

Ontem o presidente Barack Obama, renovou o mecanismo legal que efetiva sanções à Síria.

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