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Entrevista / Chen Guangcheng Mesmo depois de acordo, ainda me sinto em perigo ATIVISTA CEGO CHINÊS QUE ESCAPOU DE PRISÃO DOMICILIAR NO MÊS PASSADO RELATA À FOLHA DETALHES DE SUA FUGA ESPETACULAR
Presente à primeira prisão do ativista cego Chen Guangcheng, em 2005, o jornalista americano Philip Pan escreveu que, enquanto ele gritava por ajuda de dentro de um carro, só havia algumas dezenas de testemunhas, na maioria transeuntes que não o conheciam. Sete anos depois, "se o aparato de segurança chinês agir contra Chen agora, o mundo inteiro estará vendo" compara Pan, em artigo no jornal "The New York Times". Pivô de um dos momentos mais difíceis nas relações entre as duas maiores potências mundiais nos últimos anos, Chen, 40, está há nove dias isolado no hospital Chaoyang, em Pequim, resguardado por dezenas de agentes. Dali, ele espera viajar para Nova York (EUA), onde pretende estudar direito e descansar de uma rotina de prisão e maus-tratos só interrompida quando protagonizou uma fuga espetacular de sua prisão domiciliar, na área rural da província de Shandong. Ao chegar a Pequim, refugiou-se na embaixada americana por quatro dias. O advogado autodidata se notabilizou por defender mulheres vítimas de abortos e esterilizações forçados. Condenado a 4 anos e 3 meses, deixou o cárcere em 2010, mas ficou em prisão domiciliar por 19 meses, mesmo sem nenhuma medida judicial. Ele falou à Folha por telefone. -
Folha - Como é a sua rotina no hospital?
Acha que ainda corre perigo?
Você ficou dois anos sem encontrar o filho mais velho, de dez anos. Por quê?
Qual foi o momento mais difícil da sua fuga?
O que aconteceu a sua família após a descoberta da fuga?
E a sua mãe [que ainda está na cidade natal]?
Foram os maus-tratos à família que o fizeram mudar de ideia de ficar na China?
Está satisfeito com o que o governo chinês decidiu? |
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