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Eleições EUA 'Mudança é dura e demorada', diz Michelle Em discurso à convenção do Partido Democrata, mulher de Obama pede tempo para que promessas dele sejam cumpridas Primeira-dama foca sua fala na vida em família com Obama e diz que mulheres devem fazer escolhas sobre seu corpo LUCIANA COELHOENVIADA ESPECIAL A CHARLOTTE Em uma noite encerrada por Michelle Obama e recheada de discursos de políticas, ativistas e cidadãs comuns pelos direitos femininos, o Partido Democrata preparou o terreno para uma guerra dos sexos a ser travada entre Barack Obama e o republicano Mitt Romney. "Barack não se importa com o que é mais fácil politicamente -ele se importa com o que é certo", defendeu a primeira-dama em um discurso pessoal no qual relacionou as decisões do marido a episódios de sua vida ("ele acredita no sonho americano porque o viveu"), para distanciá-lo do rival. Dirigindo-se aos que se decepcionaram com a lentidão das mudanças prometidas pelo marido há quatro anos, Michelle pediu paciência. "Ele [Obama] me lembra que estamos em um jogo longo aqui. E que a mudança é dura e demorada e nunca acontece de uma vez. Mas no fim nós chegamos lá, sempre chegamos", declarou. Numa referência indireta que pode ser interpretada como apoio à contracepção ou até mesmo ao direito ao aborto, ela disse que Obama "acredita que as mulheres são capazes de tomar suas próprias decisões sobre seus corpos e sua saúde." O presidente leva vantagem entre as mulheres amparado sobretudo pela reforma na saúde, mas também por ações como a lei da igualdade salarial, lembradas na primeira noite de convenção partidária por vídeos com seus discursos sobre o tema. Michelle lembrou de vários episódios do namoro com Obama, falou da vida familiar e da preocupação com as duas filhas e se definiu como "mãe em chefe". GUERRA ÀS MULHERES Empatado com Romney na preferência geral, o democrata está sete pontos à frente entre as mulheres, que em 2008 representaram 53% dos votos, segundo o instituto Gallup. Mas perde por nove pontos entre os homens. "Quando explicamos a posição dos candidatos sobre as mulheres, não sobra muita dúvida", pregava a advogada e ativista Sandra Fluke, que se tornou conhecida ao ser chamada de "vadia" por um radialista, em um comício sobre a saúde feminina que reuniu cerca de 300 pessoas ontem em Charlotte. "Obama nos defende." Ciente do poder desse discurso, o partido acusa a oposição de promover "guerra às mulheres" por ser contrária à distribuição de anticoncepcionais e ao aborto mesmo em casos de estupro. A seu favor, tem os números -elas são metade dos representantes partidários na convenção- e o apelo ao bolso: a reforma de Obama exige que as seguradoras arquem com pré-natais, mamografias e exames preventivos. O direito de interromper a gestação nos primeiros meses -defendido pelos democratas e garantido na lei atual, que os republicanos querem reverter- é só a parte mais visível da discussão. "O debate não se resume a isso", afirmou à Folha a estudante californiana Christine Parker, 21, no comício de ontem. "Os exames preventivos que passaram a ser cobertos são um avanço enorme." O evento foi convocado pela Planned Parenthood (paternidade planejada), organização de assistência à saúde feminina que foca mulheres jovens e pobres pelo país. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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