Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
Análise - Eleições EUA Obama deve manter estratégia dura com a China se for reeleito Presidente iniciou governo buscando acomodação com asiático, mas mudou de rota na economia e na segurança MINXIN PEIESPECIAL PARA A FOLHA Quem acreditou no ataque do candidato presidencial republicano Mitt Romney à política do presidente Barack Obama para a China pode ter a impressão de que o ocupante da Casa Branca vem sendo mais frouxo do que deveria com o país asiático. Mas a realidade é bastante diferente. É verdade que Obama começou adotando política de acomodação com a China. Enviou a estrela de seu governo, a secretária de Estado Hillary Clinton, em uma visita ao país logo depois de sua posse, em 2009, para enfatizar o valor que conferia ao relacionamento entre os países. Ao minimizar a importância dos direitos humanos e postergar sua recepção ao dalai-lama, Obama se esforçou para não antagonizar o segundo mais poderoso país do mundo -e maior credor internacional dos EUA. Mas essa abordagem suave não produziu os resultados esperados, o que permitiu que a ala do governo mais cética advogasse uma estratégia mais dura. Isso aconteceu em 2010, quando Pequim exibiu comportamento errático quanto a uma ampla gama de questões de política externa -especialmente a reação excessiva à venda de armas americanas a Taiwan e a disputas no mar do Sul da China. Com isso, emergiu uma política muito mais dura com o país. O governo Obama não demorou a virar o jogo. Anunciou a Parceria Trans-Pacífico (TPP), a fim de estabelecer uma nova zona de livre-comércio que excluirá a China. Na área da segurança, Washington não demorou a anunciar um novo "pivô" asiático. A essência dessa nova estratégia é reforçar o relacionamento entre os EUA e países cruciais da região. Também envolve reforço da presença naval americana na região Ásia-Pacífico. E, caso essas sutis mensagens não bastem, Washington expressou apoio às posições dos vizinhos da China quanto a disputas territoriais. Não seria necessário dizer que essas medidas irritaram Pequim. Assim, quando Hillary voltou à China no começo do mês, foi tratada com rudeza pela imprensa oficial, algo raro no relacionamento recente entre os países. A questão é determinar se Obama, caso reeleito, manterá uma estratégia que é macia por fora, mas dura por dentro. A resposta é sim. Alguns dos céticos com relação à China manterão seus postos ou até serão promovidos a cargos mais elevados. O mais importante é que a China foi colocada na defensiva, e isso dará a Obama mais influência sobre Xi Jinping, o próximo líder chinês. MINXIN PEI é professor de administração pública no Claremont McKenna College. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |