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Vaticano condena mordomo do papa a 18 meses de prisão Paolo Gabriele furtou e divulgou documentos que comprometem a Santa Sé Réu cumprirá pena em casa enquanto aguarda 'muito provável' perdão de Bento 16; defesa diz que sentença foi 'justa' DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIASA Justiça do Vaticano condenou ontem o ex-mordomo do papa Bento 16 Paolo Gabriele, 46, a 18 meses de prisão por roubar documentos secretos do pontífice. Gabriele era uma das poucas pessoas com acesso ao quarto do papa. A promotoria havia pedido pena de três anos de reclusão para o responsável pelo escândalo que ficou conhecido como "VatiLeaks". Os documentos vazados à imprensa por Gabriele fazem referência a atos de "corrupção e abuso" praticados no Vaticano e acobertados. "Não sou um ladrão. O que sinto mais fortemente dentro de mim é a convicção de que agi exclusivamente por amor, um amor visceral pela Igreja de Cristo e seu representante na Terra", disse ontem o ex-mordomo na audiência. No início do julgamento ele já havia alegado que agiu motivado pelo desejo de ajudar o papa a se livrar da corrupção no Vaticano. A defesa de Gabriele -que havia pedido a reversão da acusação de roubo qualificado para má conduta e a absolvição do réu- anunciou que não recorrerá da sentença, porque considera que ela foi "justa". Como o Vaticano não possui penitenciárias, o ex-mordomo deve cumprir a pena em sua residência, enquanto aguarda um perdão do papa, atitude que é "muito provável", segundo disse um porta-voz do Vaticano. O Vaticano afirmou ainda que a corte chegou ao veredicto com "total independência". A decisão foi anunciada pelo juiz "em nome se Sua Santidade, o papa Bento 16". Gabriele foi preso em maio acusado de roubar correspondência dos aposentos do papa e vazá-la para o jornalista Gianluigi Nuzzi, que divulgou as cartas -algumas, como a do ex-vice governador do Vaticano Carlo Maria Vigano, falavam em "corrupção e abuso" na igreja. Lançado no mesmo mês da prisão do mordomo, o livro de Nuzzi, "Sua Santita: Le Carte Segrete di Benedetto XVI" (Sua Santidade: as cartas secretas de Bento 16, em tradução livre), tornou-se um best-seller imediatamente. Em agosto, veio à tona a acusação de que Gabriele teria furtado um cheque de € 100 mil (R$ 264 mil) em nome de Bento 16, que fora doado ao papa por uma universidade católica espanhola. Ele nega. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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