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Análise Questões essenciais de política externa mal vêm sendo tratadas ABRAHAM F. LOWENTHALESPECIAL PARA A FOLHA As questões de política externa raramente têm grande impacto sobre as eleições presidenciais americanas. Geralmente garantem alguma vantagem para o presidente que é também candidato porque ressaltam sua experiência, pois ele tem oportunidades de representar a nação como um todo. Também oferecem ao candidato rival oportunidades para criticar aspectos vulneráveis de políticas escolhidas pela administração atual por motivos de interesse nacional, e não para obter vantagens políticas domésticas. O presidente é forçado a defender opções feitas entre várias opções intragáveis, dispondo de informações insuficientes e tempo muito restrito; enquanto isso, o rival tem o luxo das escolhas hipotéticas e de olhar os acontecimentos em retrospectiva. A posição da campanha Romney-Ryan sobre política externa visa conquistar vantagem para a chapa entre importantes grupos de eleitores. Seus ataques ao democrata por sua suposta insensibilidade em relação às necessidades de segurança de Israel visam reduzir em entre 10% e 15% os muitos votos conquistados por Obama e pelos democratas anteriores entre o eleitorado judeu dos EUA. Um ganho do tipo poderia fazer a balança pender para outro lado na Flórida, Estado altamente dividido e que responde por mais de 10% dos votos no colégio eleitoral. O argumento de que Obama ignora a América Latina e é fraco ante Cuba e Venezuela visa agradar a outro bloco de eleitores na Flórida. A enxurrada recente de críticas à reação incerta da administração Obama diante do ataque ao consulado em Benghazi, na Líbia, e à política na Síria visa marcar pontos políticos, sem entretanto propor soluções alternativas. Táticas desse tipo geralmente rendem poucos resultados, podendo às vezes ter o efeito contrário ao desejado. Do ponto de vista internacional, as perguntas mais importantes são qual candidato vai fortalecer as economias dos EUA e mundial de modo sustentável e qual tem mais chances de ajustar as políticas do país para fazer frente ao mundo de hoje e amanhã. A primeira questão tem alguma atenção na campanha, embora seja mais acalorada que esclarecedora. A segunda, tão vital para o mundo inteiro, mal vem sendo tratada. ABRAHAM F. LOWENTHAL é professor emérito na University of Southern California e membro do instituto Brookings. Foi diretor fundador do Inter-American Dialogue. Tradução de CLARA ALLAIN Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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