Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Pacifista israelense vê 'erro estratégico' em ação
Gershon Baskin critica a eliminação de líder do Hamas no ataque de quarta-feira
Na última quarta-feira, o texto em árabe de um acordo com Israel aprovado pelo Hamas chegou às mãos do pacifista israelense Gershon Baskin, que há oito meses negociava um cessar-fogo.
No mesmo dia, o esforço foi por água abaixo. Israel matou o comandante militar do grupo islâmico, Ahmed Jabari, e deu início à maior ofensiva em Gaza desde 2008.
Baskin contou à Folha os bastidores da negociação e mostrou sua frustração com a oportunidade perdida.
Para ele, a ofensiva israelense é "um erro estratégico", por ter eliminado um interlocutor importante do Hamas e porque dificilmente alcançará o objetivo de neutralizar os ataques de Gaza.
"Havia chance de uma trégua e o governo israelense sabia, mas decidiu não decidir", diz o ativista.
Baskin, 56, tem credencias de sobra como negociador. Foi vital na costura do acordo com o Hamas que levou à libertação do soldado Gilad Shalit, no ano passado.
Sobre a suspeita de que o premiê Binyamin Netanyahu teria ordenado o ataque por razões eleitorais, Baskin é cauteloso. "Seria muito cinismo", diz ele. "Mas certamente a popularidade dele em Israel será fortalecida."