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EUA têm alta recorde de busca externa por sua dívida
China e Japão são os dois maiores credores
Em setembro, pelo nono mês consecutivo, a procura externa por títulos do Tesouro norte-americano teve aumento recorde.
Esse crescimento sugere que investidores estrangeiros estão mais confiantes em adquirir dívida dos Estados Unidos, apesar de uma potencial crise orçamentária.
O Departamento do Tesouro americano revelou que o total de participações estrangeiras subiu para US$ 5,46 trilhões (R$ 11,31 trilhões) em setembro, alta de 0,1% desde agosto.
Economistas acreditam que a demanda pela dívida dos EUA continuará nos próximos meses, dadas as preocupações com a crise na Europa.
"Esperamos que os investidores estrangeiros voltem para a segurança da dívida dos EUA", disse Paul Edelstein, da IHS Global Insight.
Maior detentora de títulos da dívida do Tesouro dos EUA, a China comprou mais US$ 300 milhões (R$ 621,36 milhões) em papéis em setembro, chegando a US$ 1,15 trilhão (R$ 2,38 trilhões).
Depois da China, o maior detentor de títulos estrangeiros é o Japão, com US$ 1,13 trilhão (R$ 2,34 trilhões). O Brasil é o quinto e possui US$ 267 bilhões (R$ 553 bilhões).
As compras continuaram, apesar da falta de acordo entre o Congresso e o presidente Barack Obama sobre aumentar ou não o limite de endividamento dos EUA.
Espera-se que o governo atinja seu atual limite de empréstimos de US$ 16,39 trilhões (R$ 33,95 trilhões) até o fim de dezembro.
O secretário do Tesouro, Timothy Geithner, disse que vai lançar mão das mesmas manobras que usou no último impasse da dívida, em 2011.
Depois do último impasse da dívida, ano passado, a Standard & Poor's rebaixou o rating de crédito do país da nota máxima AAA para AA+.
Foi a primeira vez que a dívida americana teve sua nota rebaixada.
Na semana passada, depois das eleições presidenciais, a Fitch Ratings disse que Obama precisará chegar rapidamente a um acordo com o Congresso sobre o chamado "abismo fiscal".
O "abismo fiscal" é um conjunto de aumentos de taxas e cortes de gastos agendados para janeiro, a menos que se chegue a um acordo no Congresso.
Economistas alertam para o risco de os EUA entrarem em recessão se esse "abismo" não for evitado.