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Análise
Medidas contra juízes devem causar mais problemas a Mursi
IAN BLACK DO “GUARDIAN”Mohamed Mursi percorreu um longo caminho desde que foi oficializado como o nome da Irmandade Muçulmana para disputar a Presidência do Egito.
Na semana passada, esse engenheiro transformado em político foi elogiado por mediar a trégua entre Israel e palestinos e massacrado em seu país, como um "novo faraó" que obteve poderes ditatoriais e traiu a revolução que derrubou Hosni Mubarak em 2011.
Não é a primeira vez que Mursi surpreende ao combinar destreza e crueldade. Desta vez, no entanto, ele pôs o dedo na ferida dos egípcios que temem ser governados por um "Mubarak barbudo".
Ele impressionou, em agosto, ao tirar de cena sem confronto os velhos generais que comandavam o Egito. Um mês depois, foi criticado por reagir com lentidão quando manifestantes furiosos com um filme anti-islã atacaram a Embaixada dos EUA no Cairo.
Mas é no front doméstico que Mursi enfrenta os maiores desafios. Os islamitas (incluindo os ultraconservadores salafistas, que se opõem ao presidente) e seus inimigos vivem um impasse, e as medidas contra os juízes devem causar mais problemas.
Para o analista Hesham Sallam, seus gestos populistas em homenagem aos "mártires" da revolta do ano passado "têm a clara intenção de se apropriar da legitimidade revolucionária e usá-la para fortalecer uma Presidência controlada pela Irmandade".