Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Ataque da Colômbia testa diálogo de paz com as Farc
Bombardeio perto da fronteira com o Equador mata 20 guerrilheiros
Guerrilha, que declarou cessar-fogo unilateral, não comentou; Santos elogia primeira rodada de conversas em Cuba
Um bombardeio militar sobre um acampamento das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) matou ao menos 20 guerrilheiros, segundo o Exército colombiano, no ataque mais mortífero desde que se iniciaram as negociações de paz.
A operação ocorreu na zona rural da cidade de Ricaurte, em Nariño, próximo à fronteira com o Equador.
As Farc anunciaram um cessar-fogo unilateral no dia 20 como sinal de "boa vontade" com o processo de paz, mas o governo Juan Manuel Santos ratificou que não haverá trégua de ações militares durante as negociações.
O ataque pode ser a primeira prova de fogo para a estratégia de Santos de negociar sem paralisar a guerra.
Analistas se dividem quanto ao tema. Para alguns, é um custo alto se sentar à mesa com as Farc enquanto seguem acontecendo mortes em campo, dos dois lados.
Para outros analistas, no entanto, o formato é inteligente, porque blinda as conversas que ocorrem em Cuba do desgaste de uma trégua que não se cumprisse.
A modalidade ainda visa afastar o governo do fantasma da tentativa de paz entre 1998 e 2002, com desmilitarização de uma área que acabou fortalecendo a guerrilha.
As Farc, cujos porta-vozes estão em Cuba à espera da nova rodada de conversações de paz amanhã, não haviam comentado o ataque.
O presidente Juan Manuel Santos tampouco se referiu à operação. No Twitter, preferiu falar sobre as negociações de Havana: "Positivo o balanço da primeira reunião".