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Mursi quer reeditar lei marcial no Egito
Segundo jornal oficial, presidente deve assinar decreto para que militares atuem na segurança e possam prender civis
Governo anula partes do decreto que dava poder extra ao mandatário, mas mantém referendo sobre Carta para o dia 15
O presidente do Egito, Mohamed Mursi, deve assinar nos próximos dias um decreto que restabelece a lei marcial e concede ao Exército poderes de polícia.
A medida, anunciada ontem pelo jornal estatal "Al-Ahram", tem como objetivo manter a ordem no país depois que confrontos entre a oposição e seus partidários deixaram sete mortos e cerca de 350 feridos no Cairo.
De acordo com o jornal, a norma fará com que as Forças Armadas ajudem a manter a segurança e possam prender civis. A data para a publicação do decreto, no entanto, não foi divulgada.
O Exército egípcio não comentou a decisão do presidente, mas divulgou ontem um comunicado afirmando ser a favor do diálogo.
"As Forças Armadas afirmam que o diálogo é a melhor e única maneira para chegar a um consenso", afirmou o Exército em nota. Caso contrário, haverá uma "catástrofe e isso é algo que não permitiremos."
MUDANÇA NO DECRETO
Mursi tem sido pressionado por protestos nas ruas desde que baixou decreto aumentando seus poderes. Os manifestantes também são contra a convocação de um referendo no dia 15 para a aprovação de uma Constituição com forte influência de preceitos islâmicos.
Ontem, o presidente convocou um diálogo político que foi boicotado pelos opositores mais relevantes.
Depois, o governo anunciou a decisão de modificar o decreto controverso, eliminando trecho que blindava Mursi de ter decisões revistas pelo Poder Judiciário e proibindo Mursi de declarar lei marcial no país.
É improvável, no entanto, que a mudança contente a oposição, já que a data do referendo da Carta foi mantida.