Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Para colegas, atirador passava despercebido
Descrito como tímido em sala de aula, Adam Lanza não gostava de aparecer em fotos e tinha bom desempenho escolar
Pais eram separados; segundo ex-colega, 'as pessoas nem paravam para pensar que talvez ele precisasse de ajuda'
Tímido, inteligente, nervoso e solitário. Uma pessoa que fazia de tudo para não chamar a atenção e ficava desconfortável em situações sociais, mas não era agressiva.
Essa é a descrição feita pela imprensa americana do suspeito do massacre na escola primária Sandy Hook, na pequena cidade de Newtown, em Connecticut.
Adam Lanza, 20, concluiu o ensino médio em 2010, mas não quis aparecer no livro de formatura. No lugar de sua foto, aparece o aviso "camera shy" (arisco a câmeras).
Apesar da timidez em sala de aula, onde, segundo colegas, ele dizia pouquíssimas palavras, Adam tinha um ótimo desempenho escolar.
Alguns o descrevem, porém, como alguém "estranho". Um colega disse que, ao olhar para ele, tinha a sensação de que "nenhuma emoção passava pela sua cabeça".
Olivia DeVivo, ex-colega de Adam ouvida pelo jornal "New York Times", disse: "Ele passava tão despercebido que as pessoas nem paravam para pensar que talvez ele precisasse falar com alguém ou necessitasse de algum tipo de ajuda". "Nunca o vi com alguém. Não consigo pensar em uma pessoa que tivesse algum tipo de relação com ele", acrescentou.
A adolescência de Adam pareceu ser turbulenta. Em 2006, Ryan, seu irmão mais velho -que foi confundido com o suspeito no Facebook e depôs anteontem sobre o caso- saiu de casa para fazer faculdade, deixando-o sozinho com os pais, que estavam se separando e se divorciaram em 2008. Os irmãos, de acordo com Ryan, não conversavam desde 2010.
Adam vivia com sua mãe, Nancy, professora do ensino primário, em um bairro localizado a oito quilômetros da escola onde aconteceu a tragédia. Ela é descrita como dedicada aos filhos.
Outro conhecido de Adam, que não quis se identificar e foi ouvido pelo jornal "Washington Post", declarou que a mãe de Adam tinha uma coleção de armas, mas as usava "com responsabilidade".
Adam Lanza não tinha histórico criminal e não deixou nenhum bilhete que explicasse suas intenções ou a motivação do massacre.