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Filha de ex-ditador é eleita presidente na Coreia do Sul
É a primeira vez que uma mulher alcança o cargo no país; Park Geun-hye enfrentará problemas na economia
A conservadora Park Geun-hye, 60, líder do partido Saenuri e filha do ex-ditador militar Park Chung-hee, foi eleita a primeira mulher presidente da Coreia do Sul.
Sua vitória sobre o candidato da oposição, Moon Jae-in, do Partido Democrático Unificado (PDU), foi por uma pequena margem. Com 95% das urnas apuradas, Geun-hye tinha 51,7% dos votos, contra 47,9% de Moon.
Durante sua campanha, Park disse que se comprometerá a reestabelecer o diálogo com o regime comunista norte-coreano, mas ressaltou que dará uma resposta firme caso Pyongyang leve a cabo alguma de suas ameaças à Coreia do Sul.
A questão econômica é um dos principais problemas que Park Geun-hye enfrentará durante sua gestão. O país terminará este ano com um crescimento de 2%, contra uma média de 5,5% nas duas últimas décadas, em razão da queda das exportações para a China, os Estados Unidos e a União Europeia.
A Coreia do Sul é um país onde majoritariamente homens ocupam cargos de liderança. No entanto, a nova presidente tem atrelada a si a imagem do pai, que governou a Coreia durante 18 anos até a sua morte, em 1979.
Muitos creditam o milagre econômico sul-coreano após a Guerra da Coreia (1950-1953) a ele. Park estudava na França, em 1974, quando foi chamada pelo pai à Coreia devido a morte de sua mãe, baleada por um militante comunista que visava atingir o ditador.
Ela passou a cumprir um papel similar ao da primeira-dama, figurando ao lado do pai em eventos. Após a morte dele, ela abandonou a vida pública até 1998, quando foi eleita deputada.
A nova presidente não é casada nem possui filhos. Seus opositores a consideram arrogante e fria. Já seus simpatizantes admiram sua calma e suas qualidades de dirigente e gestora.
Mais de 75% dos eleitores sul-coreanos compareceram às urnas para a eleição. Foi a maior participação em um pleito nos últimos 15 anos.