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Ruralistas param por um dia contra presidente argentina
Entidades do campo protestam contra expropriação pelo governo da sede da Sociedade Rural em Buenos Aires
Casa Rosada diz que produtores pagaram valor 'insignificante' por imóvel; comércio de carne cai pela metade
Os produtores agropecuários das quatro principais entidades rurais da Argentina fizeram uma paralisação de 24 horas ontem contra a decisão do governo Cristina Kirchner de expropriar o prédio da Sociedade Rural Argentina, em Buenos Aires.
O prédio, que fica no bairro de Palermo, abriga a maior feira agropecuária do país e é mantido pelos produtores. A tomada do edifício pode voltar a dar força ao embate com produtores que começou em 2008, quando Cristina tentou criar imposto sobre as exportações, maior crise de seu primeiro mandato.
A paralisação começou durante a madrugada e interrompeu a produção no Mercado Central de Buenos Aires, principal entreposto de carne bovina do país. Foram comercializadas metade das cabeças de gado de um dia útil normal.
O presidente da Sociedade Rural Argentina, Luis Miguel Etchevehere, afirmou que não descarta a extensão da paralisação e a adesão de outras categorias, como a de produtores de grãos. Ele ainda convocou um protesto amanhã na porta do prédio.
Em comunicado, a entidade disse que o protesto será contra a ofensiva contra entidade e pela "defesa dos valores republicanos e da Constituição Nacional". Ele diz que o governo deu apenas 30 dias para que o espaço fosse desalojado.
Por outro lado, as autoridades afirmam que a Sociedade Rural pagou "um valor insignificante" pelo prédio, que está em uma zona nobre. A entidade desembolsou US$ 30 milhões em 1991, enquanto a Suprema Corte o avaliou em US$ 131,8 milhões.
Ontem, a pedra que identifica o prédio amanheceu pichada com mensagens atribuídas ao movimento Juventude Peronista Evita, grupo próximo da presidente.