|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Peru convoca seu embaixador na Bolívia em protesto contra Morales
Boliviano exortou povo a "resistir" a suposta instalação de base dos EUA no vizinho
DA REDAÇÃO
O governo do Peru convocou
para consultas seu embaixador
em La Paz, Fernando Rojas, para protestar contra declarações
do presidente boliviano, Evo
Morales, que chamou o "povo
peruano" a "resistir" à suposta
instalação de uma base militar
dos EUA no país vizinho.
Em nota, a Chancelaria peruana disse que o governo rejeita as afirmações de Morales,
porque "carecem de veracidade" e são uma "ingerência" em
assuntos internos.
No sábado, Morales disse
que, como Bolívia e Equador se
negaram a abrigar uma base
dos EUA, "agora [a] estão levando ao Peru". E exortou o povo peruano a "resistir e expulsar" a base do país.
A convocação do embaixador
peruano culmina o mau momento das relações bilaterais.
Ocorre após semanas de rusgas
entre o presidente peruano,
Alan García, que ataca os governos de La Paz e Caracas e quer
se cacifar como aliado dos EUA
na região, e o esquerdista Morales, que o acusa de "direitização" e submissão.
As diferenças envolvem ainda a acusação da Bolívia de que
Peru e Colômbia querem isolar
o país nas negociações para um
acordo de livre-comércio entre
a CAN (Comunidade Andina) e
a União Européia. Por causa
das divergências dentro da
CAN, as negociações foram
suspensas ontem pela UE.
O governo peruano diz que
não há tratativas com Washington para a instalação de
uma base americana no país.
Há duas semanas, porém, as
Forças Armadas disseram estar
negociando com os EUA a
construção de um aeroporto
militar em Ayacucho, no sudeste do Peru, base de remanescentes da guerrilha Sendero
Luminoso, também envolvidos
no narcotráfico.
Os militares do Peru dizem
que o aeroporto não guarda relação com o "trabalho humanitário" que militares dos EUA
realizam em Ayacucho desde o
começo do mês. A atividade,
que vai até agosto, foi duramente atacada pela oposição,
que a considera de "fachada".
Desde que o Equador anunciou que não renovará a permissão para a base militar americana em Manta (no Pacífico),
que termina em 2009, os EUA
analisam alternativas na região. Uma possibilidade aventada foi a Colômbia, mas Bogotá também tem negado que
existam negociações a respeito.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Americanas Próximo Texto: Peru: Montesinos isenta Fujimori em julgamento Índice
|