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CHILE DE PINOCHET
Ex-chefe da polícia pega pena perpétua pela morte de Prats
DA REDAÇÃO
A Justiça chilena condenou ontem à prisão perpétua
Manuel Contreras, ex-chefe
da polícia política durante a
ditadura Pinochet (1973-1990), sob a acusação de ter
planejado em 1974 o assassinato, em Buenos Aires, do
general Carlos Prats e de sua
mulher, Sofía Cuthbert.
Prats estava exilado na Argentina depois de ter sido comandante do Exército nos
governos constitucionais de
Eduardo Frei e Salvador
Allende, de quem foi também ministro do Interior, da
Defesa e vice-presidente da
República. Ele integrava o
grupo de oficiais que se opôs
ao golpe que derrubou Allende, em setembro de 1973.
Contreras dirigiu a Dina
(Direção de Inteligência Nacional) nos primeiros anos
da ditadura. Atribuem a ele e
a seus subordinados imediatos a morte ou o desaparecimento de cerca de 3.000 dissidentes políticos.
O militar, que está preso, já
cumpre penas que totalizam
70 anos por seu envolvimento em uma dezena de outros
crimes. O juiz Alejandro Solís também condenou o militar Pedro Espinozza Bravo a
60 anos e o general reformado Raúl Iturriaga Neumann,
a 15. Seis outros réus receberam penas menores.
Um cidadão americano, na
época agente da Dina, Michael Townley, colocou na
garagem em que Prats guardava seu Fiat uma bomba
que explodiria debaixo da
caixa de câmbio, tão logo o
veículo estacionasse. O próprio Townley comandou a
explosão por controle remoto, às 0h50 de 30 de setembro de 1974. Os corpos do militar e de sua mulher foram
despedaçados.
Na época Prats trabalhava
como relações públicas de
uma empresa no bairro de
Palermo. Dias antes, ele e Sofía haviam solicitado passaporte chileno para viajarem à
Espanha, por um ano.
Prats foi a vítima mais rumorosa da ditadura, ao lado
do economista e diplomata
Orlando Letelier, morto pela
Dina em Washington, em setembro de 1976.
Com agências internacionais
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