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UM SÉCULO DEPOIS
Turquia e Armênia firmam pacto para normalizar relações
DA ASSOCIATED PRESS
Num esforço para pôr fim
a um século de hostilidade
mútua, Armênia e Turquia
concordaram ontem em estabelecer relações oficiais.
Os dois vizinhos anunciaram o início de seis semanas
de consultas mediadas pela
Suíça, após as quais será elaborado um protocolo que deverá ser ratificado pelos respectivos Legislativos antes
de ser implementado.
O primeiro passo previsto
é a reabertura dos 330 km de
fronteira comum, fechada
pela Turquia desde 1993.
As tensões entre turcos e
armênios remontam ao Império Otomano, antecessor
da Turquia, do qual os armênios faziam parte como uma
minoria influente.
No início do século 20, o
governo secular dos Jovens
Turcos perdeu boa parte dos
territórios do império em
guerras de independência
nos Bálcãs.
Os armênios passaram a
ser uma ameaça para o governo otomano, que temia a
perda de territórios.
Na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), afirmando
que os armênios eram traidores, os otomanos promoveram a deportação da população armênia para o deserto,
o que resultou na morte de
centenas de milhares.
Para a Armênia, o Império
Otomano causou o genocídio
de 1,5 milhão de armênios.
A Turquia, que proíbe a
menção a "genocídio", reconhece as deportações, mas
nega que visassem exterminar a minoria.
Os armênios encaram a
normalização como uma maneira de aliviar os efeitos da
crise global. Para os turcos, é
um gesto político que visa
alavancar a pretensão de ingressar na União Europeia.
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