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IRAQUE SOB TUTELA
Forças americanas e iraquianas avançam; ataque contra insurgência em Fallujah gera fortes protestos
EUA ampliam controle sobre Samarra
DA REUTERS
Forças americanas e iraquianas
ampliaram ontem seu controle
sobre a cidade de Samarra, um
dos principais centros da insurgência sunita iraquiana, no que
constituiu a maior ofensiva desde
a queda de Saddam Hussein, no
primeiro semestre de 2003.
Tiros esporádicos ainda eram
ouvidos no centro da cidade, perto de sua mesquita principal, mas
um ambiente relativamente calmo parecia reinar em Samarra, cidade de 100 mil habitantes a 95
km ao norte de Bagdá, um dia e
meio depois que 5.000 soldados
americanos e iraquianos, apoiados por artilharia pesada e caças,
deram início à operação.
Para explicitar os problemas enfrentados pelo governo iraquiano
e por seus aliados americanos, porém, um grupo terrorista islâmico
decapitou um iraquiano que trabalhava para as forças americanas, de acordo com vídeo divulgado na internet.
"Aqueles que imaginam que
podem trabalhar para os cruzados devem arrepender-se", disse
o grupo terrorista Ansar al Sunna
no vídeo, que foi divulgado por
um site islâmico.
Enquanto isso, o número de
mortos na operação continuou a
crescer. Os EUA disseram ter matado 125 insurgentes e capturado
88 ao todo. Um médico disse,
num hospital de Samarra, que outros cinco mortos tinham sido levados ao local durante a madrugada. Não ficou claro se eram civis
ou combatentes.
A exemplo de Samarra, as forças americanas e iraquianas terão
de retomar Fallujah e Ramadi, a
oeste de Bagdá, e áreas da capital
que são controladas por insurgentes, incluindo o distrito xiita
de Sadr City, se o plano é pacificar
o país antes da eleição, marcada
para o início do ano que vem.
Fallujah foi atacada por aviões
de combate dos EUA durante a
madrugada de ontem, no que
constituiu o mais recente ataque
de uma campanha -que já dura
semanas- de bombardeios aéreos cujo objetivo é destruir esconderijos de seguidores do terrorista jordaniano Abu Musab al
Zarqawi, o homem mais procurado pelos EUA no Iraque.
De acordo com fontes médicas
locais, sete pessoas morreram e 13
ficaram feridas no ataque americano. A população da cidade protestou veementemente contra os
americanos e contra o premiê
Iyad Allawi, dizendo que os mortos eram civis, não terroristas.
"Este é um terrorista? Diga-me,
trata-se de um terrorista? Allawi,
venha até aqui para nos mostrar
os terroristas!", gritou um homem, enquanto tratava de um ferimento na cabeça de um menino.
O Exército Islâmico no Iraque,
que diz ter seqüestrado duas indonésias, exigiu a libertação do
clérigo muçulmano indonésio
Abu Bakar Bashir, apontado como líder espiritual do Jemaah Islamiyah, um grupo terrorista supostamente ligado à Al Qaeda, de
acordo com informação divulgada pela rede de TV Al Jazira.
Mas Bashir, que está preso na
Indonésia, afirmou que não quer
ser libertado em troca das indonésias e exortou o grupo iraquiano a
libertá-las "imediatamente".
Perdão da dívida
A França apresentou ontem, em
encontro promovido pelo FMI
em Washington (EUA), uma contraproposta à americana de cancelamento de 90 a 95% da dívida
externa iraquiana. A proposta
francesa é que apenas 50% da dívida seja perdoada de imediato e
que a discussão seja retomada em
três anos. Rússia, Alemanha e Itália concordaram com a França.
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