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PC se transforma em novo "clube da elite"
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O Partido Comunista (PC) da
China chega ao seu 16º congresso
com 66 milhões de filiados (cerca
de 5% da população), quase 6 milhões a mais do que em 1997. O
partido, como o capitalismo, se
expande no país, deixando de ser
abrigo da "vanguarda proletária"
para se transformar num organismo que facilita a seus militantes
navegar no mundo dos negócios.
Em outras palavras: para enriquecer na China é preciso cultivar
bons contatos no Partido Comunista. Seus burocratas ainda são
quase onipresentes na vida econômica, ao controlarem, por
exemplo, concessões de disputados alvarás e acesso a valiosos recursos governamentais.
Há dois anos, o presidente Jiang
Zemin derrubou mais uma muralha ideológica e defendeu a entrada dos empresários no Partido
Comunista.
Para Jiang, os empresários deixam de ser "exploradores" para se
transformarem em "importante
força produtiva".
O capitalismo chinês demonstra, ao menos por enquanto, conviver sem sobressaltos com o pesado autoritarismo do Partido
Comunista.
Existe, no entanto, a expectativa
de que a "quinta geração de líderes", com maior vivência no exterior e que deverá suceder a Hu
Jintao, esteja mais propensa a
promover reformas políticas.
Viúvas do maoísmo
Apesar do casamento que criou
o sistema descrito pela mídia oficial como "socialismo com características chinesas", sobrevivem
no PC alguns bolsões "conservadores", que vêem com desconfiança a opção pelo capitalismo.
Mas essas viúvas do maoísmo não
contam com peso suficiente para
fazer a "nau chinesa" mudar de
rota.
Em seu ideário, o PC começou a
substituir teses marxistas por doses de nacionalismo e eliminou o
culto a personalidades que marcou a era Mao (1949-76). Mas o
partido não rejeita frontalmente
seu passado.
Afirma, com sua alquimia baseada em injeções de capitalismo,
estar "combatendo a pobreza e o
atraso" e adaptando "às novas
condições" a herança deixada por
seus fundadores e ideólogos.
(JS)
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