São Paulo, quinta-feira, 04 de setembro de 2008

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Fala teve humor, biografia e sarcasmo anti-Obama

DO ENVIADO ESPECIAL A ST. PAUL

Com seu forte sotaque interiorano, a governadora do Alasca, Sarah Palin, fez ontem à noite o discurso que os republicanos queriam ouvir. Apresentou-se no estilo "gente como a gente" para seus correligionários, que responderam de forma efusiva durante todos os 36 minutos e meio em que ela esteve ao microfone. Se o restante do eleitorado não-republicano vai se convencer de suas credenciais para ser vice-presidente só será possível saber mais adiante.
Palin apresentou lentamente os membros de sua família. Com orgulho falou de seu quinto filho, ainda um bebê, que nasceu com síndrome de Down. Ao final, todos subiram ao palco no mesmo momento de uma aparição surpresa do candidato a presidente, John McCain. "Que família bonita", disse ele, apelando para um dos valores mais tradicionais dos eleitores norte-americanos.
Imagens do Alasca apareciam no telão atrás de Palin enquanto ela fazia o discurso. A governadora contou histórias sobre como cortou custos em seu Estado. Tomou posse há cerca de dois anos. Colocou à venda o avião usado pelo governador anterior. "Coloquei no eBay", completou, referindo-se ao site de compra e venda.
Ao ler as 2.995 palavras do discurso no teleprompter (todos os oradores usam o equipamento), falou como o americano médio. Citou o Iraque (e errou a pronúncia) três vezes para dizer que a "vitória já está à vista", mas seu oponente, o democrata Barack Obama, "quer entregar os pontos".
Com algum humor, Palin bateu o quanto pode em Obama. Foi sarcástica ao citar o cenário da convenção da oposição na semana anterior. "Quando a nuvem da retórica passar, quando o som rouco das massas se dissipar, quando as luzes do estádio se apagarem, e aquelas colunas gregas de isopor forem levadas de volta para o estúdio, qual é o plano exato do nosso adversário? O que exatamente ele procurará realizar depois de separar as águas e curar o planeta? A resposta é um governo maior, pegar mais do seu dinheiro, dar mais ordens a você a partir de Washington".
As "colunas gregas de isopor" são uma referência ao aspecto monumental, e um pouco cafona, do palco de Obama.
Palin se autodescreveu como "garota que conhece as colinas do norte do Alasca". Usou a palavra "gal", que é como se pronuncia informalmente "girl". Nesse seu trecho do discurso disse ser necessário explorar o petróleo existente em seu Estado, pois os EUA não podem ficar à mercê de países como a Arábia Saudita ou a Venezuela, caso eles decidam cortar o fornecimento aos americanos.
(FR)



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