São Paulo, quinta-feira, 04 de setembro de 2008

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SUCESSÃO NOS EUA / GOVERNO IMPOPULAR

Convenção Republicana já soma 300 presos

Número de detidos por protestar no evento do partido governista é quase o dobro do registrado no do partido de oposição

Com contingente policial de 3.000 homens em St. Paul, confrontação aumenta; maiores alvos são Guerra do Iraque e Guantánamo


DANIEL BERGAMASCO
ENVIADO ESPECIAL A ST. PAUL

A Convenção Republicana, em St. Paul (Minnesota), fechou ontem seu terceiro dia registrando o dobro de prisões de manifestantes que durante os quatro da Convenção Democrata, na semana passada.
Foram cerca de 300, e houve violência, contra 152 no evento de Denver (Colorado), no qual não houve grandes confrontos. Um dos agravantes da tensão em St. Paul é que a maior parte dos ativistas se diz contrária ao partido que promove o evento, enquanto em Denver tal quadro não era majoritário.
A maior parte critica o presidente republicano George W. Bush e seu candidato, John McCain, pela invasão do Iraque e por manter soldados naquele país até hoje. Em Denver, os manifestantes antiguerra cobravam de Obama a retirada imediata (ele propõe um cronograma de 16 meses) e o criticavam pelo plano de aumentar o contingente no Afeganistão.
Outros cartazes acusam Bush de promover tortura na prisão que abriga suspeitos de terrorismo na base militar de Guantánamo e de não conduzir uma investigação transparente sobre os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
"Venham, amigos do Serviço Secreto. Juntem-se a nós para contar a verdade ao mundo sobre o que aconteceu no 11 de Setembro. Temos de iniciar uma nova investigação já!", dizia ontem um ativista ao megafone, diante da sede da convenção.
Dezenas de agentes observaram a passeata -mas sem usar bombas de efeito moral e spray de gás-pimenta, como nos dois dias anteriores, quando manifestantes atiraram pedras e lixo contra os policiais.

Figuração
Um estúdio da rede de TV MSNBC, armado em frente à convenção, foi cercado ontem por manifestantes. Eles gritavam "chega de guerra" e levantavam seus cartazes para que a imagem aparecesse no vídeo. Os apresentadores citaram o protesto, mas logo voltaram a debater o tema previsto, a chapa presidencial republicana.
No percurso do grupo entre o Legislativo local e o Xcel Energy Center, sede da convenção, os ativistas eram seguidos e fotografados por policiais. A segurança da convenção e seus arredores é estimada em cerca de 3.000 homens.
Para Jeremiah Van Buren, 21, de Ohio, que diz ter trabalhado em dois empregos no verão para juntar dinheiro para a viagem, nem McCain nem o democrata Barack Obama representam mudança. "Os dois partidos têm a mesma agenda. Mudam detalhes, mas a filosofia de interferir no mundo é a mesma. Nunca defenderei Obama, mas é preciso dizer que McCain e Bush representam os problemas do mundo", afirma ele, entusiasta do Partido Verde.
Muitos movimentos participaram das duas convenções, como o ambientalista e um grupo que defende a criminalização do aborto -e que é contra Obama, que apóia o contrário.


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