|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sarkozy busca reaproximar regime sírio e Ocidente
Primeiro líder ocidental a visitar Damasco em três anos, presidente da França elogia Síria, mas também negocia venda de aviões
DA REDAÇÃO
O presidente francês, Nicolas
Sarkozy, iniciou ontem uma visita de dois dias à Síria que pretende aliviar o isolamento imposto pelo Ocidente a Damasco
e reforçar o papel da França no
Oriente Médio.
Sarkozy é o primeiro chefe de
Estado ocidental a visitar o país
desde que os EUA atribuíram
ao governo sírio o atentado que
matou o premiê libanês Rafik
Hariri, em 2005. Washington
também acusa a Síria de apoiar
grupos anti-Israel como o palestino Hamas e o libanês Hizbollah e de ter uma agenda externa a serviço do Irã.
"A Síria tem tomado as decisões que o mundo espera dela
até retomar seu lugar no concerto das nações", disse Sarkozy ao jornal sírio "Al Watan".
Os avanços mencionados pelo presidente francês são o recente reconhecimento pela Síria da soberania do Líbano,
após três décadas de tutela, e a
disposição de Damasco em negociar um acordo de paz com
Israel para recuperar as colinas
de Golã, ocupadas pelo Exército israelense desde 1967.
Os dois assuntos serão discutidos hoje em encontro que
reunirá em Damasco, além de
Sarkozy e do presidente sírio,
Bashar Assad, os mandatários
de Turquia e Qatar. Os quatro
países querem coordenar sua
atuação no Oriente Médio.
O analista Imad Sheaiby, do
Centro de Estudos Estratégicos sírio, afirma que "todos entenderam que a Síria é a porta
de entrada" para a região. "Os
EUA buscam uma estratégia de
saída para os seus problemas
no Oriente Médio e pediram
ajuda à França", avalia. Outros
analistas afirmam que o Ocidente busca afastar a Síria da
influência iraniana.
A França, que também havia
se distanciado da Síria em
2005, tomou a dianteira da reaproximação quando Sarkozy
convidou Assad ao desfile de 14
de julho, festa nacional da
França, privilégio dos aliados
mais próximos de Paris.
O governo francês também é
motivado por interesses econômicos, já que a Airbus negocia
um contrato para a renovação
da frota da estatal Syrian Airlines. Mas a Casa Branca, que
mantém um embargo comercial à Síria, poderia sancionar a
empresa francesa com o fim
das conversas sobre US$ 35 bilhões em contratos com a Força Aérea dos EUA -os Airbus
têm componentes americanos.
Rice na Líbia
Interesses econômicos também impulsionam a reaproximação dos EUA com outro ex-pária, a Líbia, rica em petróleo.
A secretária de Estado Condoleezza Rice será recebida amanhã pelo líder Muammar Gaddafi, na primeira visita de um
alto representante americano
ao país em meio século.
O encontro coroa processo
iniciado em 2003, quando Gaddafi desativou programa de armas de destruição em massa e
prometeu indenizar famílias
das vítimas de atentados atribuídos a ele nos anos 80. A contrapartida foi o fim do embargo
comercial e a volta das relações
diplomáticas com os EUA.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Ação americana mata civis no Paquistão Próximo Texto: Hanna no Caribe: Mortos pelo furacão passam de 60 no Haiti Índice
|