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CISMA DO OCIDENTE
Presidente viaja ao continente para pedir apoio na operação iraquiana e comemorar vitória aliada em 1944
Bush vê "espírito de união" na Europa
DA REDAÇÃO
Em campanha para obter
maior apoio internacional à sua
política para o Iraque em tempos
de credibilidade abalada, o presidente dos EUA, George W. Bush,
afirmou na Europa que sente um
"espírito de união" na comunidade internacional para ajudar o novo governo em Bagdá.
Bush viajou ao continente para
participar das celebrações do 60º
aniversário do Dia D -o desembarque das tropas aliadas na Normandia (França), que marca o
início da derrocada da Alemanha
nazista na Segunda Guerra.
Em Paris, ontem, Bush e Jacques Chirac, procuraram minimizar os atritos recentes. O presidente francês disse que suas conversas com Bush foram "sinceras" e cheias de "confiança". Ele
afirmou estar feliz por Saddam
Hussein não mais estar no poder,
mas não deixou de reafirmar sua
discordância com o unilateralismo dos EUA. "O que é menos positivo é que há algum caos prevalecendo [no Iraque]."
Os dois líderes prometeram empenho na resolução do conflito israelo-palestino. Bush falou de seu
apoio à criação de um Estado palestino "viável, independente e seguro", mas observou que os palestinos merecem autoridades
que as representem verdadeiramente, numa clara censura ao
presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat.
Bush desembarcou no fim da
tarde na França. Como na véspera
na Itália, milhares de pessoas foram às ruas de Paris para protestar contra sua presença e contra a
ação militar no Iraque. Segundo a
polícia, havia 12 mil manifestantes. Já os organizadores do protesto estimaram em 250 mil o número de pessoas. Pontuada por cartazes com dizeres como "Bush
-Terrorista número um" e "Nada
de soldados franceses nas operações militares no Iraque", as manifestações transcorreram pacificamente até o início da noite.
A impopularidade americana
na Europa aumentou com a notícia, em abril, de que soldados dos
EUA torturaram prisioneiros iraquianos. No Vaticano, Bush ouviu do papa que o pontífice estava
"chocado" com o ocorrido.
Mas, apesar do cenário adverso,
os EUA estão em franca campanha pra angariar maior colaboração para a operação no Iraque,
cujos custos humanos e financeiros superaram as expectativas.
Para contribuir, os países que se
opuseram à guerra exigem que
Washington dê a Bagdá o máximo de soberania o quanto antes,
tudo sob a chancela da ONU.
Londres e Washington propuseram uma nova resolução sobre
o Iraque, que está sendo debatida.
Na Itália, Bush agradeceu ao premiê Silvio Berlusconi o apoio nas
negociações no Conselho de Segurança da ONU, e disse ver
"união" entre os países, apesar
das divergências evidentes. "Eu
sinto um espírito de união em termos de trabalhar com o novo governo iraquiano", disse Bush em
entrevista em Roma. Sobre a resolução, ele afirmou estar confiante
de que ela "logo seja aprovada".
O secretário de Estado americano, Colin Powell, disse que um
acordo deve ser obtido "nos próximos dois dias", avaliação que é
compartilhada por Chirac. Segundo Powell, que também está
na França para as celebrações do
Dia D, o premiê interino iraquiano, Iyad Allawi, enviou uma carta
ao conselho com sugestões sobre
como coordenar as operações militares no país entre o governo interino soberano e as forças multinacionais, lideradas pelos EUA.
O tema é a principal divergência
entre a coalizão anglo-americana
e os opositores da guerra.
Com agências internacionais
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