São Paulo, quinta-feira, 06 de outubro de 2011

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Dilma diz que Brasil vê a Bulgária como parceiro estratégico

Presidente tentou mostrar que visita ao país de seu pai, Pétar Rússev, é muito mais que uma viagem sentimental

Comércio entre as duas nações é irrelevante; búlgaros promovem seu país como paraíso para investimentos baratos

VAGUINALDO MARINHEIRO
ENVIADO ESPECIAL A SÓFIA

A presidente Dilma Rousseff buscou ontem caracterizar a sua visita de dois dias à Bulgária como algo mais que uma viagem sentimental à terra de seu pai, Pétar Rússev, que fugiu do país em 1929, foi para o Brasil e aportuguesou o nome para Pedro Rousseff. Hoje, ela estará em Gabrovo, cidade natal do pai.
"Alem de meus vínculos emocionais e afetivos com a Bulgária, o Brasil vê neste pais um parceiro estratégico numa região onde queremos expandir nossa presença", afirmou, durante discurso na sede da Presidência búlgara.
Depois, disse ao premiê Boyko Borisov que trouxe uma comitiva grande, de ministros e empresários, porque acredita nessa parceria. Estão na Bulgária representantes da Petrobras, da Eletrobrás, da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e da Embraer, além de executivos das construtoras Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão e do presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Andrade.
Ainda não está claro que negócios eles querem fazer com a Bulgária, país com desemprego crescente e estagnação econômica -cujo comércio com o Brasil é praticamente irrelevante.
Segundo dados da União Europeia, a soma de exportação e importação de produtos entre os dois países não alcançou € 50 milhões no primeiro semestre deste ano.
É um valor menor que o do comércio com outros países também pobres da região, como a Romênia e a Eslováquia.
Na falta de novos negócios, membros do governo citam um acordo fechado no primeiro semestre entre a Embraer e a Bulgarian Air para o leasing de quatro aviões. Falam ainda de acordos de cooperação assinados ontem.

INVESTIMENTOS
"'É claro que ainda não temos números de investimento. Estamos aqui para ver quais são as oportunidades", afirmou o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento).
Em discurso a empresários dos dois países, ele disse que o Brasil quer aproveitar as raízes búlgaras de Dilma e inaugurar uma nova etapa nas relações com a Bulgária. "Temos uma presidenta que queremos dividir com vocês."
O presidente da Câmara Búlgara de Comércio e Indústria, Tsvetan Simeonov, aposta muito na ajuda do Brasil. "Não há mais negócios entre os dois países pelo desconhecimento mútuo. Ainda é muito barato investir na Bulgária", disse à Folha.
Segundo ele, o Imposto de Renda pago pelas empresas no país é o menor da União Europeia (10% sobre o lucro) e pode chegar a 0% em cidades com desemprego alto.


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