São Paulo, quinta-feira, 06 de outubro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Cresce preocupação com saúde de bancos

Alemã Merkel e diretor do FMI pedem recapitalização de instituições europeias; novo 'teste de estresse' será feito

Receio maior é com a exposição dos bancos a papéis da Grécia, país que pode decretar um calote brevemente

CAROLINA VILA-NOVA
EM BERLIM

A preocupação com a saúde dos bancos europeus, especialmente em razão da exposição aos desvalorizados papéis gregos, levou diversas autoridades a propor medidas emergenciais ontem.
A chanceler (premiê) Angela Merkel afirmou pela primeira vez que a Alemanha está pronta para adotar medidas para recapitalizar os bancos do país e disposta a discutir plano semelhante no âmbito europeu.
Essas medidas incluiriam, por exemplo, empréstimos de fundos públicos. Um plano continental poderia ser anunciado na próxima cúpula europeia, dentro de duas semanas. "Estamos sob pressão do tempo e precisamos tomar uma decisão rapidamente", afirmou Merkel. Bancos de diversos países europeus -especialmente os da França e da Alemanha-, possuem milhões em títulos da dívida emitidos por economias em crise, como Grécia e Espanha.
Também ontem, o FMI cobrou uma rápida recapitalização desses bancos, para diminuir o impacto do baixo nível de crédito bancário no crescimento econômico.
"Temos de recuperar a confiança rapidamente", disse Antonio Borges, diretor do FMI para a Europa, que calculou em entre € 100 bi e € 200 bi o custo de uma recapitalização em toda a Europa.
O receio das autoridades é que, com um calote grego, os bancos fiquem sem recursos para emprestar ou quebrem. Ontem, ministros das Finanças pediram à Autoridade Bancária Europeia que faça novo "teste de estresse" para avaliar a resistência dos bancos a uma eventual reestruturação da dívida grega.
O pedido é um reconhecimento tácito de que dois exames anteriores não foram suficientes. Há três meses, teste de resistência com 90 bancos europeus reprovou só 8 deles. Entre os aprovados estava o franco-belga Dexia, agora à beira do colapso devido à sua exposição à dívida grega, de € 3,4 bilhões.


Texto Anterior: Clóvis Rossi: Quando a crise encontrou Dilma
Próximo Texto: Gregos vão às ruas protestar contra cortes
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.