São Paulo, domingo, 08 de fevereiro de 2004 |
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Para especialista, sobreviver na disputa democrata depende de reservas que a maioria dos candidatos não tem Campanha é mais dinheiro que política
DE WASHINGTON
Folha - Do ponto de vista financeiro, como o sr. avalia o futuro de cada candidatura? Anthony Corrado - Temos John Kerry com uma liderança muito forte, especialmente por esta ser uma fase na qual mídia e ""momentum" são as coisas mais importantes para um candidato. As prévias estaduais ocorrem tão rapidamente que não há tempo para fazer campanha em todos os locais, e muito do sucesso depende apenas de propaganda na TV [que é paga nos EUA]. Neste momento, sucesso traz sucesso. Quem ganha é capaz de levantar mais dinheiro. E nenhum dos candidatos saiu de New Hampshire (a segunda prévia) com reservas que pudessem ser gastas mais à frente. A partir desse cenário, Kerry tem se dado muito bem [a campanha do senador afirma ter levantado cerca de US$ 4,5 milhões desde o início das primárias, em 19 de janeiro]. Isso significa que Kerry tem sido capaz de fazer campanha em todos os Estados que tem pela frente, com uma forte presença de anúncios na TV. Ele foi o único a anunciar nos Estados que votam nesse fim de semana (Michigan, Washington e Maine) e também está presente no Tennessee e na Virgínia [que votam nesta terça-feira]. Entre os outros pré-candidatos, John Edwards está na frente com o resultado de sua performance em Iowa (segundo lugar) e a vitória na Carolina do Sul. Isso deu a ele cerca de US$ 1 milhão, que vem gastando no Tennessee e na Virgínia. Mas Edwards está em uma posição em que tem de usar todo o seu dinheiro em um ou dois Estados na expectativa de obter um bom resultado e levantar um pouco mais de fundos mais à frente. Wesley Clark tem algum dinheiro apenas para fazer campanha no Tennessee. E faz isso pelo fato de estar sendo beneficiado, assim como Edwards, pelo recebimento de fundos públicos de campanha. Cerca de 20% a 25% do dinheiro que Edwards e Clark têm gastado é público. Eles estariam em situação complicada se não tivessem essa verba. Os dois estão em uma posição em que têm de olhar todos os dias para a conta do banco. Howard Dean, apesar dos resultados ruins até aqui, não está quebrado. Ele levantou US$ 3 milhões depois de Iowa apenas na internet e fez um apelo há dois dias para tentar levantar outros US$ 750 mil para a prévia de Wisconsin [anteontem, Dean anunciou ter obtido US$ 876 mil]. O problema é que Dean decidiu terminar a campanha sem dívidas, e a maior parte do dinheiro que arrecada está sendo usada para a estrutura gigantesca que ele montou no país. O resultado é que Dean não aparece na TV desde New Hampshire. Folha - Diante desse quadro, como o sr. vê a provável movimentação da cúpula do Partido Democrata? Folha - Mesmo que os democratas
se saiam muito bem, George W.
Bush tinha US$ 130 milhões somente até final de dezembro. Há
chances? Folha - Como Bush deverá gastar
seu dinheiro? |
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