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EUROPA
Boêmio, Santana Lopes freqüenta boates com as "santanetes" e engrossa as páginas das revistas de fofocas
Fama de "playboy" persegue premiê português
JULIA DUAILIBI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O novo primeiro-ministro de
Portugal, Pedro Santana Lopes,
48, não é conhecido em seu país
só pelos polêmicos 25 anos na política. Ele tem na bagagem um
currículo eclético: bom amante da
noite lisboeta -sempre cercado
por mulheres, geralmente loiras
arrumadíssimas, chamadas de
"santanetes"-, já foi presidente
de time de futebol, comentarista
esportivo e participante de concurso em shows da TV.
Revistas de fofocas, as "cor-de-rosa", engrossam suas páginas
com especulações sobre suas namoradas. Foco dos programas
humorísticos, ameaçou sair da
política após ser chamado de
"Santana Copos" na TV.
Santana Lopes tornou-se primeiro-ministro no último dia 17,
com a ida do então premiê Durão
Barroso para a presidência da Comissão Européia. Primeiro vice-presidente do PSD, de Durão Barroso, com quem já andou às turras, assumiu a presidência do partido centro-direitista e tornou- se
o atual premiê português.
Santana Lopes é um político hábil. Propaga-se herdeiro de Sá
Carneiro, premiê português morto em acidente de avião em 1980.
Já foi presidente das câmaras municipais de Figueira da Foz e de
Lisboa. O cargo equivale ao de
prefeito. Os adversários o atacam
por dívidas deixadas nas prefeituras das duas cidades, cujas cifras
passariam dos milhões de euros.
De sua passagem pela Secretaria
da Cultura, nos anos 90, no governo de Cavaco e Silva, ficou registrada a declaração de que apreciava os violinos de Chopin (o polonês Frederic Chopin, um dos
maiores pianistas da história).
Persegue ainda o premiê um agradecimento feito por sua equipe na
presidência da Câmara de Lisboa
ao "sr. Machado de Assis".
Pai de cinco filhos, a fama de namorador vem da presença em
boates badaladas de Lisboa, como
a Kapital. Em 1997, em entrevista
ao semanário ""Expresso", disse
que, se um dia fosse eleito premiê,
a primeira coisa que faria seria ir à
Kapital. Segundo a revista portuguesa "Grande Reportagem", nos
anos 90, o premiê apaixonou-se
por uma jovem, cujo pai ameaçou
dar-lhe um tiro. Participou de um
programa de TV chamado "A Cadeira do Poder", no qual fez vezes
de primeiro-ministro, o que lhe
rendeu um prêmio em dinheiro.
O premiê cursou a Faculdade de
Direito de Lisboa e chegou a arriscar uma atuação como empresário no setor de comunicações.
Em 1995, ocupou a presidência
do clube de futebol Sporting.
Aproveitou a investida e tornou-se comentarista esportivo na TV e
num jornal especializado. Outra
trapalhada foi quando chamou a
imprensa para contar sobre uma
ameaça. Tratava- se, na verdade,
de um convite para o lançamento
do livro "Cuidado com Rapazes".
Popularizou Figueira da Foz ao
plantar palmeiras na orla do balneário e ao levar para o local campeonatos esportivos. Criou o slogan: "A Figueira está na moda".
Contratou o publicitário brasileiro Einhart Paz, que trabalhou na
campanha presidencial de Ciro
Gomes em 2002.
Ao assumir o governo, Santana
Lopes tomou algumas medidas
polêmicas, como a descentralização da administração. A idéia era
enviar ministérios para outras cidades, mas, dada a repercussão
negativa, teve de recuar e contentar-se com o envio de secretarias.
Santana Lopes parece estar menos presente na noite de Lisboa
após ter assumido o poder. Os adversários o chamam de populista.
Os aliados, de grande articulador
político. Mas todos concordam
com o seu dom para os holofotes.
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