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IRAQUE OCUPADO
Defesa do secretário no Senado é atacada nos EUA, Europa e países árabes; pedidos de renúncia continuam
Fala de Rumsfeld sobre abusos não convence
DA REDAÇÃO
O depoimento do secretário da
Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, anteontem no Senado foi insuficiente para aplacar as críticas
aos abusos cometidos contra prisioneiros iraquianos e para refrear os pedidos de sua renúncia.
O "New York Times" afirmou
em editorial: "Se Donald Rumsfeld foi ao Congresso para explicar por que ele deve permanecer
como secretário da Defesa, ele falhou". "As audiências também
significaram para os americanos
um assustador lembrete da bagunça que a administração [George W.] Bush, particularmente o sr.
Rumsfeld, fez da ocupação do Iraque", acrescentou o jornal nova-iorquino.
O "Washington Post" também
não se convenceu com os argumentos do secretário. No editorial
intitulado "Uma resposta inadequada", afirmou que Rumsfeld
"não aceitou a natureza fundamental do problema, muito menos se comprometeu a corrigi-lo". O diário termina pedindo
uma intervenção do Legislativo:
"São sinais não de atos isolados,
mas de um sistema quebrado, que
está levando a abusos criminais.
Se o sr. Rumsfeld e o presidente
Bush não desejam consertá-lo, o
Congresso deve entrar em ação".
Uma pesquisa divulgada anteontem pelo jornal da capital
americana apontou que a maioria
dos americanos (69%) é contra a
renúncia de Rumsfeld. Somente
20% dos entrevistados se declararam a favor dessa possibilidade.
Para comentaristas políticos
árabes e europeus, o pedido de
desculpas de Rumsfeld foi feito
com atraso e é incapaz de reparar
os danos causados.
"Sob o seu comando, assassinato, tortura e humilhação foram
impostos aos prisioneiros iraquianos quase que como um caminho natural", afirmou o diário
saudita "Arab News".
"Acho que ele deveria renunciar
porque a tortura refletiu uma política do Exército americano disseminada no Iraque, e talvez no
Afeganistão", disse o analista jordaniano Hani Hourani.
Jornais da Europa destacaram
que o escândalo sinaliza o fracasso da política de Bush para o Iraque e pediram a renúncia do secretário. "Se Rumsfeld assume a
responsabilidade pelo que aconteceu nas prisões iraquianas, como declarou no Senado, sua única alternativa é renunciar", afirmou o diário espanhol "El País".
O francês "Libération" escreveu
que "a saída [de Rumsfeld] seria
uma admissão de fracasso da qual
Bush teria muitas dificuldades para se recuperar".
Em seu programa semanal de
rádio, o presidente Bush voltou a
insistir ontem que os maus-tratos
contra os prisioneiros iraquianos
são obra de "uns poucos soldados". "Hoje há várias investigações oficiais em curso, conduzidas por militares de alta patente.
Alguns soldados já foram acusados por crimes. Descobriremos
todos os fatos e revelaremos todos
os abusos", acrescentou.
Com agências internacionais
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