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IRAQUE OCUPADO
Policial militar que atuava em AbuGhraib afirma que treinamento para interrogatório era precário
Nosso trabalho era arrancar confissões de presos, diz soldado
DA REDAÇÃO
A americana Sabrina D. Harman, policial militar que atuava
no presídio iraquiano de Abu
Ghraib e também aparece em fotos de maus tratos a prisioneiros,
disse que sua missão no centro de
detenção era forçar prisioneiros a
confessar. Em entrevista ao diário
americano "The Washington
Post", Harman disse que o treinamento para os interrogatórios era
precário e que não havia regras ou
limites claros estabelecidos.
"Eles [seus superiores] traziam
vários prisioneiros de uma só vez,
já encapuzados e espancados",
declarou Harman, que continua
no Iraque e respondeu às perguntas por e-mail. "O trabalho do policial militar era mantê-los acordados e fazer o inferno para que
eles falassem."
Harman, 26, afirmou ainda que
os integrantes de sua unidade recebiam ordens diretas de agentes
de inteligência do Exército e da
CIA e de especialistas de segurança civis contratados para conduzir interrogatórios -ela não revelou os nomes de seus superiores.
As Forças Armadas americanas
não comentaram as declarações.
"Só fui ler as Convenções de Genebra [que regulam o tratamento
a prisioneiros de guerra] depois
de ter sido acusada." Harman está
entre os sete militares americanos
acusados no início da semana
passada de envolvimento nos
abusos em Abu Ghraib.
Na noite de sexta, a soldado
Lynndie England, que aparece em
foto forçando um soldado iraquiano a se masturbar, foi formalmente acusada pelas Forças Armadas por atacar prisioneiros e
conspirar para maltratá-los. A
abertura do inquérito pode levar
England à corte marcial.
No Iraque, o general Geoffrey
Miller, comandante dos centros
de detenção, afirmou que agora
os presos em Abu Ghraib são tratados de acordo com as Convenções de Genebra.
Insurgentes iraquianos e soldados britânicos entraram em confronto ontem na cidade de Basra,
no sul do Iraque, quando centenas de combatentes do Exército
Mehdi, fiéis ao clérigo xiita Moqtada al Sadr, atacaram posições
britânicas e prédios do governo.
Foi a primeira ofensiva coordenada realizada pelos milicianos de
Al Sadr, atacados na semana passada pela coalizão em seus redutos em Bagdá, Najaf e Karbala.
Dois iraquianos foram mortos e
três britânicos ficaram feridos no
confronto, ocorrido um dia após
um clérigo local, aliado a Al Sadr,
oferecer recompensa pela morte
de membros da coalizão.
Um soldado polonês foi morto
ontem por uma bomba perto de
Bagdá. Em outro incidente envolvendo poloneses, um soldado
morreu num acidente rodoviário.
Com agências internacionais
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