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Inflação alta dá munição à oposição
DA ENVIADA A LA PAZ
O governo de Evo Morales mobilizou a máquina
pública e lotou jornais e
TVs com propagandas de
seus programas, mas mesmo num bastião governista como La Paz os eleitores
demonstram preocupação
com a inflação, que acumula 8,8% neste ano.
O Banco Central ajustou
a meta inflacionária de
2008 de 8% para 12%. E as
TVs fazem reportagens
acompanhando a evolução
do preço do frango.
Tendência mundial, a
alta dos preços, além de
afetar em cheio os mais
pobres, base do governo,
municia os opositores
-dizem que é hora de segurar o gasto público,
principalmente o social,
mesmo que o Estado mantenha o atual superávit orçamentário.
A discussão de fundo é a
mesma que embala a crise
política: como aplicar e como distribuir a renda da
bonança do gás, dos minérios e dos grãos.
O economista americano Mark Weisbrot, do
Centro de Pesquisa de
Economia e Políticas, que
é simpático ao governo, sai
em defesa da centralização da renda e dos gastos
sociais. Diz que os departamentos opositores já
contam com muito dinheiro e que os autonomistas querem é a permanência da atual distribuição de recursos.
Defendem em especial,
ele diz, o subsídio ao diesel
que impulsiona a competitividade externa dos grãos
produzidos em Santa
Cruz. "Tem sentido que o
governo central desvie
parte da renda para o alívio da pobreza", afirma.
Mas economistas locais
alertam para a precariedade do Estado e sua pouca
capacidade de aplicar os
recursos. Apontam falhas
na gestão do gás, cuja produção estancou após a nacionalização. A conseqüência mais imediata, dizem, já aconteceu: o país
recebe menos investimento externo do que recebia
pré-Morales. A próxima é
a desaceleração da locomotiva cruzenha.
(FM)
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