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Tribunal ordena saída de premiê tailandês
Samak, alvo de protestos, foi condenado por manter programa de TV já no cargo; partido diz que o reelegerá
DA REDAÇÃO
O premiê tailandês, Samak
Sundaravej, terá de deixar o governo, determinou ontem o
Tribunal Constitucional, que
julgou ilegal sua participação,
remunerada, em programas de
culinária após assumir o cargo.
A decisão, tomada com base
em denúncia de oposicionistas,
não o torna inelegível, e o PPP
(Partido do Poder Popular)
promete apresentar novamente a candidatura de Samak,
acossado por protestos maciços da oposição.
Manifestantes que apóiam a
oposição direitista, liderada pela APD (Aliança do Povo pela
Democracia), ocupam a sede do
governo desde o dia 26 e afirmam que vão manter a invasão
pelo menos até a sexta-feira,
quando o Parlamento deve escolher o novo premiê. O Exército decidiu não utilizar a força
contra os protestos, apesar do
estado de emergência decretado por Samak no último dia 2.
A APD reúne a elite de Bancoc, monarquistas radicais, setores do Exército e sindicatos.
Criada como esteio dos protestos contra Thaksin Shinawatra,
premiê derrubado pelo golpe
militar de 2006, a aliança acusa
Samak de ser fantoche do antecessor exilado. Além da saída
do premiê, exige reformas políticas e assentos parlamentares
para membros indicados por
entidades profissionais.
Estrela do programa "Experimentando e reclamando", no
qual temperava receitas com
críticas aos adversários políticos, o conservador Samak fundou o PPP sob os escombros do
partido de Thaksin, banido em
2007. Herdou a base eleitoral
do ex-premiê, popular entre
camponeses pobres e moradores de pequenas cidades.
Samak também compartilha
com Thaksin o envolvimento
em escândalos. É réu em três
processos por corrupção, que
ainda não foram a julgamento,
e recorre de uma sentença de
dois anos de prisão por difamação. Caso seja condenado em
algum dos processos, será forçado a deixar o cargo.
Ainda que o premiê seja inocentado, o prognóstico do governo é crítico. A Corte Eleitoral recomendou na semana passada a dissolução do PPP, e
a coalizão liderada pelo partido
pode ruir. "Ninguém fará diferença agora", diz Chaturon
Chaiseng, antigo vice de Thaksin. "Não temos estabilidade."
Com o "Financial Times" e
agências internacionais
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