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Partido de Sarkozy leva 1º turno das eleições na França
UMP teve 39,54% e, socialistas, 24,73%; abstenção é recorde; 2º turno é domingo
Presidente eleito em maio deverá ter ampla maioria na Assembléia Nacional para implementar reformas política e trabalhista
DA REDAÇÃO
O partido de centro-direita
União por um Movimento Popular (UMP), do presidente Nicolas Sarkozy, foi o grande vencedor do primeiro turno das
eleições legislativas francesas,
realizado ontem.
Concluída a apuração, a
UMP ficou com 39,54% dos votos. Já os socialistas -da candidata derrotada à Presidência,
Ségolène Royal- chegaram a
24,73% dos votos.
Do total de 577 assentos que
compõem a Assembléia Nacional, apenas 105 foram preenchidos no primeiro turno (candidatos que obtiveram mais de
50% dos votos em seus respectivos distritos eleitorais). Desses, 93 são da UMP e apenas um
é do Partido Socialista. Os assentos restantes serão definidos no segundo turno, que
acontece no próximo domingo.
Em um universo de
45.472.198 eleitores, a abstenção de 39,56% foi um recorde
para um primeiro turno de eleições legislativas desde o estabelecimento da Quinta República, em 1958.
O Movimento Democrático
(MD, centro), recém-criado pelo candidato derrotado à Presidência François Bayrou, obteve
7,61%. A Frente Nacional (extrema direita) obteve 4,29% e,
os comunistas, 4,29%.
Ao fim do segundo turno, segundo o instituto de pesquisas
de opinião CSA, o bloco de Sarkozy deverá ficar com entre
440 e 470 lugares dos 577 assentos da Assembléia Nacional.
A esquerda deve ficar com 60 a
90 dos assentos. Já para o instituto Ipsos, a UMP e aliados devem ficar com 383 a 447 cadeiras, enquanto os socialistas deve conseguir entre 120 e 170.
Na atual composição da Assembléia, a UMP tem 359 assentos e, os socialistas, 149.
"Estado Sarkô"
O controle da Assembléia
Nacional é vital para Sarkozy
implementar seu programa de
governo, que inclui corte de impostos, reformas trabalhistas e
outras medidas para aumentar
o crescimento do país.
Críticos alertam para o perigo de se criar um "Estado Sarkô" na França, em caso de ampla maioria da UMP na Assembléia Nacional. Já os partidários do atual presidente rebatem afirmando que esse é o único meio de conduzir a França às
reformas de que necessita.
Parte da derrota socialista
pode ser atribuída à alta abstenção, sobretudo em redutos
do partido. Segundo analistas
da imprensa francesa, será um
desastre para os socialistas se
eles obtiverem menos de cem
assentos. O resultado das eleições mostra que os socialistas
perderam contato com as classes populares, dizem os analistas. Segundo uma pesquisa recente, metade dos franceses
avalia que eles "não se adaptaram às transformações do
mundo". A vitória dos conservadores mais marcante ocorreu em 1968, quando, em resposta às barricadas e greves,
elegeram 71% dos deputados.
Com agências internacionais e "Le Monde"
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