São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2008

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Governo lucra com derrota de líderes de La Paz e Cochabamba

DA ENVIADA A COCHABAMBA

Se não conseguiu derrotar os oposicionistas do leste, o referendo de ontem, de acordo com pesquisas de boca-de-urna, retirou dos cargos dois opositores dos caminhos de Evo Morales. Além de Manfred Reyes Villa, de Cochabamba, caiu também o governador de La Paz, José Luiz Paredes.
Ontem, depois do anúncio da derrota, o policiamento na sede de governo de Cochabamba foi reforçado para evitar ataques de partidários de Morales.
Diferentemente de Reyes Villa, Paredes, de La Paz, admitiu a derrota, mas fez duras críticas ao governo, a quem acusou de instalar o medo no departamento de La Paz. "O político está sempre à frente da gestão. Votaram com o coração", disse.
Na análise feita à Folha por Manuel Mercado, responsável pelo Observatório de Gestão Pública do governo Morales, ligado à Presidência, a "reconquista" dos dois departamentos era importante para retomar a iniciativa política -além de ultrapassar a própria votação de 2005. O motivo: com La Paz, e sua vizinha El Alto, no mesmo departamento, e a cidade de Cochabamba, o governo teria nas mãos 3 das 4 principais cidades do país. De fora, apenas Santa Cruz.
A derrota do governador governista em Oruro, onde Morales foi aprovado por mais de 80%, foi considerada circunstancial. Agora, pelas regras da lei do revogatório, o governo anunciará governadores interinos para os três departamentos até a realização de eleições.


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