|
Próximo Texto | Índice
11 DE SETEMBRO
No 3º aniversário dos atentados, presidente dos EUA defende sua política externa e agradece "sacrifícios"
Bush diz que Guerra do Iraque foi "essencial"
DE WASHINGTON
Na mais política das homenagens às vítimas do 11 de Setembro,
o presidente dos EUA, George W.
Bush, justificou ontem a Guerra
do Iraque como "histórica e essencial" e agradeceu o "sacrifício"
dos mais de mil americanos mortos em combate.
Em cerimônia na Casa Branca
às 8h46 (9h46 em Brasília), Bush
guardou momentos de silêncio
pelos mais de 3.000 mortos nos
ataques a Nova York e Washington, há três anos.
Logo depois, em seu discurso
semanal no rádio, o presidente
afirmou que o 11 de Setembro
"comprimiu em uma única manhã a guerra entre o bem e o mal"
e voltou a exaltar os "avanços"
dos EUA na guerra ao terror, tema onipresente em sua campanha eleitoral.
"Os ataques do 11 de Setembro
representaram uma mudança para o nosso país. Vimos o objetivo
de nossos inimigos: expandir a escala de seus ataques. Nós aceitamos a nossa missão: vamos derrotar esse inimigo", disse o presidente.
Bush qualificou como "difícil" a
atual "missão" dos EUA no Iraque e no Afeganistão, mas justificou as campanhas militares afirmando que "o sacrifício de hoje
vai ajudar a transformar o Oriente
Médio, trazendo mais segurança
a nossos filhos e netos".
O 11 de Setembro tem estado
presente diariamente nos discursos de Bush desde a convenção
nacional de seu partido, o Republicano, realizada há dez dias, em
Nova York.
Na sexta, Bush já havia feito um
pronunciamento oficial sobre o 11
de Setembro, data proclamada
agora nos EUA como "Dia do Patriotismo".
Na ocasião, o presidente voltou
a exaltar sua "liderança" na guerra contra o terror.
"Desde o 11 de Setembro, a
América tem travado uma guerra
sem descanso contra o terrorismo
ao redor do mundo. Estamos na
ofensiva, atingindo terroristas no
exterior para não ter de enfrentá-los aqui. Diante do perigo, a América está mostrando seu caráter e
está confiante na sua vitória", disse o presidente.
No mesmo dia, em campanha
eleitoral na Virgínia, Bush usou o
11 de Setembro para justificar a
guerra no Iraque e para atacar seu
adversário, o candidato democrata John Kerry.
"Se seguíssemos o caminho dele
(Kerry), Saddam Hussein ainda
estaria no poder e continuaria
sendo uma ameaça para o mundo", disse Bush.
"Kerry tem mais posições conflitantes (sobre a guerra) do que
todos os seus colegas no Senado
juntos."
Durante um único discurso anteontem, Bush repetiu seis vezes
que sua administração fez dos
EUA "um lugar mais seguro".
"Se vocês quiserem uma América mais segura e próspera, vocês
têm de me dar a oportunidade de
ficar mais quatro anos na Presidência", afirmou Bush.
Em uma última pesquisa realizada pelo "Washington Post" e
pela rede de TV ABC, Bush aparece com 22 pontos de vantagem
em relação a Kerry sobre quem
seria o melhor candidato para enfrentar ameaças terroristas. A
vantagem sobe para 27 pontos na
questão sobre quem seria o "líder
mais forte".
A mesma pesquisa mostrou que
os americanos continuam totalmente inseguros em relação à
ameaça terrorista: 73% acreditam
que o país sofrerá um novo ataque, um percentual praticamente
igual ao registrado há três anos,
logo depois do 11 de setembro de
2001.(FERNANDO CANZIAN)
Próximo Texto: Bin Laden ainda ordena ataque, diz general dos EUA Índice
|