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Cresce cerco a Tikrit, último bastião
Coalizão volta a bombardear cidade natal de Saddam, onde poderiam estar ex-líderes
DA REDAÇÃO
Com bombardeiros, as forças
da coalizão anglo-americana intensificaram ontem o cerco a Tikrit, cidade natal de Saddam Hussein, ao norte de Bagdá, último
bastião de resistência entre as
grandes cidades do Iraque.
Acredita-se que os principais líderes do regime deposto, entre
eles o ex-ditador, seus filhos e os
principais assessores, possam estar escondidos na cidade.
Apesar disso, o Comando Central dos EUA no Qatar disse que a
queda de Tikrit não significará
necessariamente o fim da guerra
no Iraque. "Se Tikrit cair e for como em outras cidades que tomamos, com o fim de qualquer presença do regime, nenhum controle mais por esse regime e a remoção das forças militares, será apenas mais uma cidade. Ainda poderá haver outras áreas", afirmou
o general Vincent Brooks, porta-voz do Comando Central.
"Tikrit não é o único lugar onde
acreditamos que haja a presença
de forças do regime ou líderes do
regime ou atividades do regime.
Então ainda haveria trabalho para
ser feito depois disso", afirmou.
Brooks disse ainda que os EUA
também tinham outros objetivos
além de derrubar Saddam Hussein, principalmente eliminar a
capacidade do Iraque de produzir
armas nucleares, químicas e biológicas. "Há um número de objetivos que foram colocados no começo desta operação. Ainda temos uma quantidade tremenda
de trabalho para fazer com relação ao programa de armas de destruição em massa", afirmou
Brooks. "Ainda estamos convencidos de que elas estão presentes
dentro do país, e nós as encontraremos. Vai levar um tempo. Tikrit
não está relacionada com isso."
Após o colapso do regime de
Saddam em Bagdá e a rendição
sem luta de suas forças em Mossul, todos os olhos estão voltados
para Tikrit, cidade de 200 mil habitantes ao norte da capital.
As forças lideradas pelos EUA
vêm bombardeando a cidade há
semanas, visando aquelas que são
consideradas as mais fortes posições da Guarda Republicana em
todo o país.
Bruno Tetrais, analista da Fundação para Pesquisas Estratégicas, de Paris, diz que a última batalha da guerra pode ser também
a mais difícil. "Pode ser um ato semi-suicida pelos últimos defensores do regime iraquiano", afirma.
Michael Clarke, diretor do Instituto de Política Internacional do
King"s College, de Londres, diz
que Tikrit foi reforçada por tropas
que deixaram outras cidades, incluindo Bagdá. "O Iraque mantém 50 mil soldados lá e talvez
mais, apesar de não estar claro
quantos lutariam", disse.
A dificuldade da luta em Tikrit
dependerá do efeito de anos de
tratamento privilegiado aos seus
moradores. "Essa é a tribo de Saddam. Eles podem decidir afundar
junto com o barco porque sabem
que, se se renderem, não serão
tratados de maneira gentil", diz
Larry Korb, ex-secretário-assistente de Defesa dos EUA.
Militares dos EUA e do Reino
Unido dizem não ter pressa para
lançar uma operação de tomada
de Tikrit. "Obviamente temos tido nossa campanha para Tikrit se
desenvolvendo há algum tempo,
bombardeando alvos militares e
do regime por via aérea", disse o
capitão Al Lockwood, porta-voz
das tropas britânicas no Qatar.
"A campanha terrestre, quando
acontecer, será feita em uma escala de tempo que esteja de acordo
com nossos planos", disse. "Nos
movimentaremos quando estivermos prontos." Isso poderia
significar a espera por reforços.
Analistas dizem que os 30 mil
soldados da 4º Divisão de Infantaria que começaram a se movimentar ontem em direção ao Iraque, a partir do Kuait, poderiam
ser a espinha central da tomada
de Tikrit. "Antes de entrarmos,
continuaremos bombardeando
como estamos fazendo, assim não
haverá muito mais sobras contra
quem lutar", diz Korb.
Com agências internacionais
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