São Paulo, domingo, 13 de julho de 2003 |
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IRAQUE OCUPADO Mais da metade dos americanos já vê como "inaceitável" o número de soldados dos EUA mortos no Iraque Nos EUA, 52% acham mortes "inaceitáveis"
DA REDAÇÃO Pela primeira vez, uma pesquisa nos EUA mostra que mais da metade da opinião pública no país já vê como "inaceitável" o número de soldados americanos mortos no Iraque. Segundo pesquisa "Washington Post-ABC News", 52% dos entrevistados consideram que tem havido um nível "inaceitável" de mortes no Iraque, oito pontos percentuais a mais do que há três semanas. Para 44%, a quantidade de americanos mortos é aceitável. Desde o anúncio do fim das principais operações militares no Iraque, em 1º de maio, 31 soldados dos EUA foram mortos em ações hostis. Durante a guerra, iniciada em 20 de março, 114 americanos morreram em ações hostis e 24 em acidentes. Apesar da insatisfação crescente, apenas 26% afirmaram que o número de mortes é maior do que o esperado. E três em cada quatro entrevistados esperam uma quantidade "significativamente maior" de americanos mortos. A pesquisa revela que sete em dez americanos são a favor da permanência de tropas dos EUA no Iraque mesmo que isso signifique mais mortes. E 57% consideram que a Guerra do Iraque foi um sacrifício válido. Para 50% dos entrevistados, o presidente George W. Bush exagerou intencionalmente os indícios de que o ex-ditador iraquiano, Saddam Hussein, teria armas de destruição em massa; 46% não concordam com essa afirmação. Finalmente, 61% dos entrevistados dizem que os EUA precisam capturar ou matar Saddam para que a guerra seja bem-sucedida -11 pontos percentuais a mais do que em abril. A pesquisa também confirma uma queda no nível de aprovação ao presidente George W. Bush: 59% dos entrevistados aprovam sua atuação, nove pontos percentuais a menos do que no último levantamento, há 18 dias. A pesquisa ouviu 1.006 pessoas entre 9 e 10 de julho, com margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos. Conselho iraquiano O administrador americano do Iraque, Paul Bremer, tentava ontem finalizar a formação de um conselho administrativo iraquiano. "Eles estão acertando os detalhes", disse uma fonte à agência de notícias Reuters. Um anúncio poderia ser feito ainda ontem, embora não houvesse um prazo final estipulado. "Estamos na fase final", disse um diplomata à Associated Press. Mas, segundo a fonte, "não há uma data definida. Demorará o quanto for necessário. O importante é que dê certo". Segundo outras fontes, o conselho iraquiano -que deverá ser formado por cerca de 25 iraquianos de diferentes grupos étnicos e religiosos, inclusive com a participação de mulheres- realizaria sua primeira reunião hoje. O conselho deverá trabalhar com a Autoridade Provisória de Coalizão (APC), coordenada por Bremer, e terá poder para nomear ministros e diplomatas, assim como o presidente do Banco Central iraquiano. Também conduzirá o processo de formação de uma Assembléia Constituinte, que elaborará uma nova Constituição para o Iraque pós-Saddam e estabelecerá as bases para eleições democráticas. Desde a derrocada do regime de Saddam Hussein, em 9 de abril, não há uma autoridade central formada por iraquianos em Bagdá (capital). Apesar de os EUA terem afirmado repetidas vezes que estão empenhados em conduzir o processo de formação de um governo iraquiano, até agora isso não se tornou realidade. Os próprios EUA já foram forçados a realizar mudanças na administração do Iraque ocupado. Inicialmente, o general da reserva Jay Garner havia sido indicado como o principal responsável pela administração americana do país no pós-guerra. Mas, depois, ele acabou substituído pelo diplomata Paul Bremer, um civil, numa aparente vitória do secretário de Estado dos EUA, Colin Powell. Com agências internacionais Texto Anterior: Gafes diplomáticas: Berlusconi acha que polêmica está encerrada Índice |
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