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Texto da Cruz Vermelha acusa EUA de tortura
Prática expõe autoridades a processos por "crimes de guerra", diz relatório
Informe da Cruz Vermelha é confidencial; especialista em contraterrorismo obtém cópia reproduzida em livro a ser publicado esta semana
SCOTT SHANE
DO "NEW YORK TIMES"
Inquérito movido pela Cruz
Vermelha Internacional concluiu sigilosamente no ano passado que os métodos utilizados
pela CIA, agência de inteligência americana, nos interrogatórios de suspeitos de pertencerem à Al Qaeda podem ser qualificados como tortura, expondo membros do governo Bush
que autorizaram a prática à
acusação de "crimes de guerra".
A informação está em livro
da especialista em contraterrorismo Jane Mayer, a ser lançado nesta semana. A Cruz Vermelha se refere especificamente ao interrogatório de Abu Zubaydah, do primeiro escalão da
rede comandada por Bin Laden. Segundo o organismo, foi
"categoricamente" empregada
a tortura, proibida pelas leis
americanas e internacionais.
Zubaydah, além de permanecer preso num cubículo tão pequeno que o obrigava a manter
a posição fetal, foi socado contra paredes e submetido a simulação de afogamento -prática que os americanos não
consideram como tortura.
A existência desses métodos
já era conhecida. A novidade
está na manifestação da Cruz
Vermelha, que não tem por hábito repreender publicamente.
A entidade não obteve autorização para acompanhar os interrogatórios de Zubaydah.
Mas pôde conversar com ele
em 2006, em Guantánamo.
Bernard Barrett, da Cruz
Vermelha, não quis comentar a
informação e lamentou que, ao
ser divulgada, ela "prejudique a
eficiência que só possível quando há confidencialidade".
Ele apenas confirmou que
seus emissários visitam prisioneiros de Guantánamo e que há
diálogo com os agentes da inteligência encarregados dos interrogatórios. Além de Zubaydah, outros presos disseram
que tinham as mãos presas ao
teto das celas e eram obrigados
a permanecer de pé por horas.
A CIA disse que usou métodos
autorizados pelo governo.
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