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Crescida entre exílios, somali adotou Ocidente
DA REDAÇÃO
Holandesa por uma obstinada escolha, Ayaan Hirsi Ali nasceu em Mogadíscio, em 1969. Deixou a capital somali aos oito anos e
cresceu exilada na Arábia
Saudita, na Etiópia e no
Quênia. Seu pai, o antropólogo Hirsi Magan, era
um dos líderes da Frente
Democrática de Salvação
Somali, que se opunha ao
regime pró-soviético de
Siad Barré [1969-1991].
Aos cinco anos, sofreu
mutilação genital -contra
a vontade do pai, islamista
liberal, então encarcerado.
Durante a adolescência,
no Quênia, flertou com o
fundamentalismo da Irmandade Muçulmana.
Em 1992, exilou-se na
Holanda, contando ter
vindo diretamente da Somália, dilacerada pela
guerra civil. Trabalhou como tradutora de refugiados e, após formar-se em
ciência política, tornou-se
pesquisadora de um instituto ligado ao Partido Trabalhista, chocando a legenda com suas críticas ao
multiculturalismo -que
prega a preservação das
tradições dos imigrantes.
Insatisfeita, Ali deixou o
trabalhismo e, em 2003,
tornou-se deputada pelo
Partido Liberal. O assassinato do político Pim Fortuyn -expulso da legenda
direitista Holanda Habitável por seus comentários
antiislâmicos-, chocara
os holandeses em 2002,
aprofundando a guinada à
direita vivida pelo pais.
A deputada somali-holandesa tornou-se uma
presença constante na mídia. Em 2004, o cineasta
Theo van Gogh foi morto
após dirigir o curta "Submissão", escrito por Ali.
Um bilhete espetado no
cadáver ameaçava a roteirista: "A próxima será você". Desde então, ela vive
sob proteção policial.
As mentiras de Ali em
seu pedido de asilo vieram
a público em um programa
de TV, em 2006. A deputada renunciou e mudou-se
para os EUA, onde vive
atualmente. A Holanda
manteve a naturalização.
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