São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 2008

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Ucrânia restringe uso russo de porto no mar Negro

DA REDAÇÃO

O presidente pró-Ocidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, baixou decreto impondo restrições ao uso por Moscou de porto em base militar no litoral do mar Negro. A medida é mais tentativa ucraniana de, com outras ex-repúblicas soviéticas, conter a Rússia e cerrar fileiras com a Geórgia no conflito regional. A Ucrânia é candidata a entrar na Otan.
Pela medida, a Rússia deve notificar Kiev com dez dias de antecedência sobre o retorno de embarcações militares ao porto de Sebastopol, em uma península na região da Criméia. A Ucrânia reservou-se ainda o direito de interromper o acesso à base da região se aviões, tropas ou navios dela provenientes forem utilizados em operações militares contra a Geórgia.
Em comunicado oficial, Moscou qualificou de "grave" e "anti-russa" a medida ucraniana. Para a Chancelaria russa, o decreto "tem como objetivo complicar gravemente as atividades práticas da frota".
A decisão foi anunciada após a visita de Yushchenko a Tbilisi na terça, ao lado de líderes da Polônia e dos países bálticos, em apoio ao presidente georgiano, Mikhail Saakashvili. Por acordo firmado em 1997, a Rússia tem o direito de utilizar a base de Sebastopol, na Ucrânia, até 2017. Kiev diz não ter intenção de estender o prazo.
A Ucrânia, como a Geórgia, mantém relações tensas com a Rússia desde que elegeu Yushchenko, em 2005, após conturbado processo eleitoral. Ex-integrante da União Soviética, com 46 milhões de habitantes, o país almeja ingressar na União Européia e na Otan, a aliança militar ocidental.
As ex-repúblicas soviéticas e antigos satélites da URSS temem o interesse russo em reafirmar o seu tradicional domínio na região, o que explica a atuação de seus líderes de condenar o que consideram uma agressão à Geórgia e incitar o Ocidente a reagir.
Kiev acompanha com particular apreensão o desenrolar do conflito na Geórgia, pois enfrenta movimentos separatistas pró-Rússia na região da Criméia. A sensação entre os países do entorno russo é de que a Ucrânia pode ser o próximo alvo da retomada do protagonismo regional de Moscou.


Com agências internacionais e "Financial Times"


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