|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ucrânia restringe uso russo de porto no mar Negro
DA REDAÇÃO
O presidente pró-Ocidente
da Ucrânia, Viktor Yushchenko, baixou decreto impondo
restrições ao uso por Moscou
de porto em base militar no litoral do mar Negro. A medida é
mais tentativa ucraniana de,
com outras ex-repúblicas soviéticas, conter a Rússia e cerrar fileiras com a Geórgia no
conflito regional. A Ucrânia é
candidata a entrar na Otan.
Pela medida, a Rússia deve
notificar Kiev com dez dias de
antecedência sobre o retorno
de embarcações militares ao
porto de Sebastopol, em uma
península na região da Criméia.
A Ucrânia reservou-se ainda o
direito de interromper o acesso
à base da região se aviões, tropas ou navios dela provenientes forem utilizados em operações militares contra a Geórgia.
Em comunicado oficial, Moscou qualificou de "grave" e "anti-russa" a medida ucraniana.
Para a Chancelaria russa, o decreto "tem como objetivo complicar gravemente as atividades
práticas da frota".
A decisão foi anunciada após
a visita de Yushchenko a Tbilisi
na terça, ao lado de líderes da
Polônia e dos países bálticos,
em apoio ao presidente georgiano, Mikhail Saakashvili. Por
acordo firmado em 1997, a Rússia tem o direito de utilizar a
base de Sebastopol, na Ucrânia,
até 2017. Kiev diz não ter intenção de estender o prazo.
A Ucrânia, como a Geórgia,
mantém relações tensas com a
Rússia desde que elegeu Yushchenko, em 2005, após conturbado processo eleitoral. Ex-integrante da União Soviética,
com 46 milhões de habitantes,
o país almeja ingressar na
União Européia e na Otan, a
aliança militar ocidental.
As ex-repúblicas soviéticas e
antigos satélites da URSS temem o interesse russo em reafirmar o seu tradicional domínio na região, o que explica a
atuação de seus líderes de condenar o que consideram uma
agressão à Geórgia e incitar o
Ocidente a reagir.
Kiev acompanha com particular apreensão o desenrolar
do conflito na Geórgia, pois enfrenta movimentos separatistas pró-Rússia na região da Criméia. A sensação entre os países do entorno russo é de que a
Ucrânia pode ser o próximo alvo da retomada do protagonismo regional de Moscou.
Com agências internacionais
e "Financial Times"
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Frases Índice
|