|
Próximo Texto | Índice
ORIENTE MÉDIO
Apesar da onda de violência e da oposição do Hamas, reuniões de alto nível ocorreram na noite de ontem
Israel e palestinos retomam negociações
DA REDAÇÃO
Autoridades israelenses e palestinas retomaram ontem à noite
reuniões para discutir o fim da
onda de violência na região, que
matou mais de 50 pessoas na semana passada, ameaçando o plano de paz proposto pelos EUA.
O chefe de segurança palestino,
Mohammed Dahlan, encontrou-se com o general Amos Gilad, oficial da Defesa israelense, na casa
do embaixador dos EUA em Israel, Daniel Kurtzer, segundo o site do diário israelense "Haaretz".
Na reunião seria discutida a
proposta israelense de retirar seus
soldados de partes da faixa de Gaza ocupadas durante a Intifada
(levante palestino contra Israel,
iniciado em setembro de 2000),
em troca de uma ação efetiva por
parte dos palestinos para impedir
novos ataques terroristas.
Os dois lados também renovariam as intenções de respeitar um
cessar-fogo, pré-condição para o
início da implementação do plano de paz proposto pelo presidente dos EUA, George W. Bush, e
aceito pelos premiês israelense,
Ariel Sharon, e palestino, Abu
Mazen, em cúpula na Jordânia há
cerca de dez dias.
O Hamas, principal grupo terrorista palestino, rejeitou ontem
qualquer acordo. "O cessar-fogo
não faz parte de nosso dicionário", disse Abdelaziz al Rantissi,
que sobreviveu a um ataque de
mísseis israelenses contra seu carro na última terça-feira.
Ontem, uma missão americana,
chefiada pelo diplomata John
Snow, chegaria a Israel para
acompanhar a implementação do
fragilizado plano de paz, que prevê um Estado palestino em 2005.
Em reuniões ocorridas nas últimas semanas, Sharon havia proposto a Mazen a retirada de forças
israelenses de partes da faixa de
Gaza como um teste para verificar
a capacidade das forças palestinas
de garantir a segurança.
Mas o premiê palestino teria dito que, antes, necessitava negociar
um acordo de cessar-fogo com os
grupos extremistas, em especial o
Hamas, que, no entanto, rompeu
as negociações com Mazen.
Ontem, o ministro da Informação da Autoridade Nacional Palestina, Nabil Amr, disse que a
ANP estaria disposta a assumir
responsabilidade pela segurança
em setores da faixa de Gaza e da
Cisjordânia desocupados por Israel. Ele fez as declarações após
reunião de chefes dos serviços de
segurança palestinos com o presidente da ANP, Iasser Arafat, anteontem em Ramallah. Também
disse que a ANP estaria tentando
convencer o Hamas a aderir a um
cessar-fogo, em troca do fim da
perseguição de seus líderes.
Há dúvidas sobre o grau de colaboração entre Arafat, líder máximo dos palestinos, e o premiê
Abu Mazen, indicado por Arafat
após intensa pressão dos EUA, de
Israel e da comunidade internacional. Os EUA e Israel acusam
Arafat de não agir de forma incisiva contra o terrorismo palestino e
tentam isolá-lo, negociando apenas com Mazen, visto como moderado e crítico à Intifada. Mas
Mazen não tem a mesma popularidade de Arafat e não controla
todas as forças de segurança palestinas, tornando pouco provável o sucesso de iniciativas com as
quais Arafat não esteja de acordo.
Com agências internacionais
Próximo Texto: Iraque ocupado: Cinco civis de uma família são mortos por EUA Índice
|