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ORIENTE MÉDIO
Após perder 13 soldados, Exército lança nove mísseis contra posições de grupo terrorista e demole casas em Rafah
Israel ataca alvos do Jihad Islâmico em Gaza
DA REDAÇÃO
Helicópteros israelenses lançaram ontem foguetes contra alvos
ligados ao grupo terrorista palestino Jihad Islâmico na faixa de Gaza, enquanto moradores voltaram
ao campo de refugiados de Rafah
para avaliar a extensão da demolição de casas empreendida por Israel nos últimos dias. Também
houve dois ataques com mísseis
contra o prédio usado pela Fatah,
grupo político palestino liderado
por Iasser Arafat.
Ontem, foi o 56º aniversário da
fundação do Estado de Israel,
qualificada pelos árabes como o
dia da "catástrofe". Em Ramallah,
na Cisjordânia, Arafat pediu à população para "aterrorizar o inimigo". Também disse estar pronto
para fazer a paz com Israel.
Israel lançou ao todo 11 mísseis
contra alvos na Cidade de Gaza e
em Rafah, ao sul de Gaza. Não
houve mortos. Na Cidade de Gaza, os foguetes teriam atingido
dois prédios que albergam escritórios do Jihad Islâmico, mas eles
estariam vazios. Em Rafah, visaram a casa de um líder do grupo,
mas ele não estava em casa.
Segundo Israel, os alvos serviam
para recrutamento de terroristas,
planejamento de atentados e laboratórios de bombas.
O Jihad Islâmico assumiu a responsabilidade por duas emboscadas contra veículos militares israelenses nesta semana, que resultaram na morte de 11 soldados.
Treze militares de Israel morreram em Gaza nos últimos dias.
Do lado palestino, os conflitos
mataram 31 e feriram mais de 300.
Ontem de manhã, o Exército israelense se retirou do acampamento de Rafah, perto da fronteira com o Egito. "Ao entrarmos em
Rafah nesta manhã, encontramos
88 construções, onde viviam 206
famílias, demolidas", disse Paul
McCann, funcionário da ONU.
Israel afirma ter destruído construções usadas como esconderijo
por militantes palestinos. O Exército também pretende alargar a
zona de segurança entre Rafah e a
fronteira egípcia, que, mesmo se
houver uma retirada das forças israelenses de Gaza, como pretende
o premiê de Israel, Ariel Sharon,
deverá ficar sob controle de Israel.
Mais de 1.000 casas teriam sido
destruídas por Israel no campo de
Rafah durante a atual Intifada (levante palestino). Israel diz que na
área há túneis secretos de ligação
com o Egito por onde passam armas contrabandeadas.
Em discurso pela TV, Arafat pediu aos palestinos para encontrar
"força" para "aterrorizar nosso
inimigo e o inimigo de Deus", citando um trecho do Alcorão (livro sagrado dos muçulmanos). "E
se eles quiserem paz, então teremos paz", disse ele.
Israel acusa Arafat de apoiar os
grupos terroristas palestinos -o
que ele nega- e condiciona a retomada de negociações de paz a
um cessar-fogo unilateral por
parte dos palestinos e ao desmantelamento dos grupos terroristas.
A fala de Arafat, embora possa
ser vista como apoio ao terrorismo, vem de um trecho do Alcorão
que se refere a antigas guerras
muçulmanas contra pagãos e é
comumente utilizado por líderes
islâmicos em épocas de conflito.
Ao meio-dia, os palestinos fizeram três minutos de silêncio para
lembrar 15 de maio de 1948, quando foi criado o Estado de Israel.
Na guerra árabe-israelense que
se seguiu, centenas de milhares de
palestinos deixaram suas casas
em terras hoje situadas em território israelense. Esses refugiados
e seus descendentes, que contabilizam milhões, exigem o direito de
retorno a suas propriedades, mas
Israel não o reconhece.
Ontem, houve uma manifestação pluripartidária em Tel Aviv,
capital de Israel, em apoio ao plano de retirada de Gaza proposto
por Sharon, mas rejeitado, em referendo, por membros de seu partido, o Likud.
Com agências internacionais
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