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ORIENTE MÉDIO
Gabinete palestino acusa EUA de incentivar Israel; antecessor de Rantisi morreu em ação semelhante em março
Ataque de Israel mata novo líder do Hamas
DA REDAÇÃO
Um ataque aéreo israelense matou ontem o líder do grupo terrorista palestino Hamas em Gaza,
Abdel Aziz Rantisi, que assumira
o cargo havia menos de um mês.
Seu antecessor, xeque Ahmed
Yassin, fora morto em uma operação semelhante no dia 22.
O governo de Israel declarou ter
matado um "mentor do terrorismo". Dezenas de milhares de palestinos encheram as ruas de Gaza
para protestar contra a morte do
co-fundador do Hamas, numa
campanha que Israel chama de
"eliminação seletiva" de líderes
terroristas para se defender.
Ações do grupo, que prometeu
destruir o Estado judeu, já mataram centenas de israelenses. Na
manhã de ontem, horas antes do
ataque de Israel, um terrorista
suicida palestino se explodiu no
cruzamento de Erez, matando um
soldado israelense e ferindo outros três num ato reivindicado pelo Hamas e pelas Brigadas dos
Mártires de Al Aqsa.
A ação de ontem ocorreu num
momento em que Israel se prepara para deixar Gaza como parte de um plano
apoiado pelos EUA dentro do do
processo de paz na região. O Hamas tem empreendido esforços
para convencer a opinião pública
de que a retirada é uma derrota
para o governo do premiê Ariel
Sharon. Em contrapartida, segundo analistas, Israel tem executado
as ações mais duras desde o reinício da Intifada (levante palestino),
em setembro de 2000.
Rantisi morreu depois que dois
mísseis disparados por um helicóptero israelense atingiram o
carro em que estava, em Gaza. Ele
foi levado vivo para um hospital,
mas não resistiu a ferimentos na
cabeça. Dois de seus guarda-costas também morreram.
Desde que assumira a liderança
do grupo, Rantisi vinha exortando os militantes do Hamas a atacarem "a qualquer hora e em
qualquer lugar".
Acusações e vingança
"Israel vai se arrepender disso.
A vingança está chegando", disse
Ismail Haniya, um dos líderes do
Hamas. "Esse sangue não será
desperdiçado. É nosso destino, no
Hamas e como palestinos, morrer
como mártires."
O porta-voz da Chancelaria israelense, Jonathan Peled, disse
que Israel matou "um mentor do
terrorismo com sangue nas
mãos". "Enquanto a Autoridade
[Nacional] Palestina não mover
um dedo para combater o terrorismo, Israel terá de continuar fazendo isso sozinho", afirmou.
Iasser Arafat, presidente da
ANP, condenou "vigorosamente"
a morte de Rantisi, a quem chamou de "valente chefe de combate". "A resistência é nosso único
caminho", diz o comunicado divulgado pelo gabinete de Arafat.
O premiê palestino, Ahmed Korei, acusou os EUA. "O gabinete
palestino considera essa campanha terrorista israelense um resultado direto do incentivo americano e da posição totalmente
enviesada do governo dos EUA
em relação ao governo israelense", disse Korei. Washington negou que tenha dado sinal verde
para Israel matar Rantisi.
Israel já havia tentado matar
Rantisi numa ação semelhante
em junho do ano passado, quando ele era o porta-voz do Hamas.
Com agências internacionais
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